No capítulo de "Amor À Vida" que vai ao ar no próximo dia 27 de novembro, Félix (Mateus Solano) vai descobrir que teve um irmão que se chamava Cristiano. Depois de ser expulso de casa e ir morar com Márcia (Elizabeth Savalla), ele saberá pela vendedora de hot dog que Pilar (Susana Vieira) e César (Antonio Fagundes) perderam um filho ainda criança.
Curioso, ele procurará Pilar para saber detalhes do irmão. Félix contará que sabe que o menino morreu afogado na piscina.
Pilar contará detalhes de sua gravidez, da infância de Cristiano e dirá que ele era o filho predileto de César.
Pilar— Por mim, eu tinha aterrado esta piscina.
Félix— Ele era melhor que eu, mamy? Você gostava tanto dele, que preferiu apagar a lembrança desse menino, apagar definitivamente, para não sofrer mais?
Pilar— Foi a maior tragédia da minha vida. O Cristiano.
Félix— Você sorriu quando falou nele.
Pilar — O Cristiano era um garoto tão alegre. Sabe, Félix, a gravidez dele foi tranquila. Eu saía com o seu pai, ia a festas, nem sentia que estava grávida. E quando ele nasceu, era o tipo de menino que não dava trabalho. O seu pai até brincava de bola com ele, imagine... O seu pai brincando de bola com um menininho.
Félix — E eu não era assim, mamy?
Pilar— Eu sofri demais na sua gravidez, Félix. O seu parto foi tão difícil. Eu fiquei alguns dias entre a vida e a morte. Você nasceu com o cordão umbilical enrolado no pescoço, quase morreu também. E eu não tinha leite. Por isso eu fui obrigada a chamar aquela mulher, que foi culpada pela morte do Cristiano.
Félix— Não foi culpa dela. Ela correu pra cuidar de mim, que estava chorando.
Pilar— Ah, então foi ela que te contou a história. Foi culpa dela sim, que não prestou atenção num menino pequeno na beira de uma piscina. Eu acho que aquela mulher merecia passar o resto da vida presa.
Félix— Mamy, eu preciso saber por que vocês sempre esconderam a existência desse irmão de mim?
Pilar— Se você fosse visitar a capela da nossa família, teria visto a lápide dele. Mas você não visita cemitérios.
Félix— Eu prefiro festas raves. Ah, mamy, foi brincadeirinha.
Pilar— Não é um bom momento pra brincar, Félix. Quando ele se foi, o meu Cristiano, eu entrei numa profunda depressão. Eu cheguei a ir a centros espíritas, tive que fazer um tratamento psiquiátrico. Foi quando o meu casamento quase acabou pela primeira vez. Dois, três anos afundada na depressão.
Félix— E eu, mamy? O que aconteceu comigo?
Pilar conta que Félix ficou nas mãos das babás e de César, que de certa forma o culpava pela morte de Cristiano. Nessa época, a socialite ainda trabalhava como dermatologista no hospital e Márcia era babá da família Khoury. A vendedora de hot dog foi responsável por amamentar Félix, já que o leite de Pilar tinha secado.
Na mesma época, Márcia deu à luz um menino, que acabou morrendo no hospital.
Félix— Mas eu não tive culpa, eu era um bebê...
Pilar— O fato é que, quando eu me curei da depressão, o psiquiatra aconselhou toda a família a nunca mais tocar no nome do filho que se foi. E foi o que todos fizemos. Até as fotos nós guardamos.
Félix— Por isso a vovó nunca quis me mostrar todos os álbuns de família... Eu achava que era por causa da história da Paloma...
Pilar— As fotos do seu irmão estão bem guardadas, escondidas, com a sua avó... O psiquiatra achou melhor assim. As fotos me faziam lembrar daquele menino... E eu corria o risco de entrar em depressão novamente. É melhor que eu nunca mais veja essas fotos, que mesmo hoje eu não lembre de tudo, porque a lembrança dessa tragédia me faz chorar.
Félix tenta consolar Pilar, mas logo se faz de coitado e diz que a mãe o expulsou de casa.
Pilar— Não invoque a memória do irmão que você perdeu, pra conseguir a vida de luxo que tinha antes. Não seja tão vil, Félix.
Félix— Eu te pedi alguma coisa, pedi? Eu só quis vir até aqui pra dizer que agora eu sei de tudo. Meu irmão, minha irmã, papai amava os dois, aposto. Menos eu.
Pilar — A Paloma veio depois. O seu pai a trouxe pra, de certa forma, voltarmos a ter dois filhos. E eu amo a Paloma como filha, mas você era especial pra mim.
Félix — E você pra mim, mamy.
Pilar— E justamente porque você era especial, eu fechei os olhos, porque desde menino você era estranho. Era mau. Uma vez eu te dei um canário, Félix, você era muito pequeno, não sei se lembra. E você brincou de fazer o enterro do passarinho.
Félix — Eu só tenho uma vaga lembrança. Mas eu acho que o canário morreu sozinho.
Pilar— Será que foi isso mesmo, Félix?
Félix — Mamy, não me diga que eu sou mau porque sempre fui mau. Cada coisa nessa vida tem muitas explicações.
Pilar— Jogar uma criança numa caçamba tem uma explicação só. Maldade. Terminamos aqui. Você descobriu que teve um irmão e quer compreender sei lá o que com isso. Mas as coisas não mudaram, Félix. Você não tem mais lugar nessa casa.
Félix — Só me diz uma coisa. Entre eu e esse menino, de quem o meu pai gostava mais? De mim ou dele?
Pilar — Sem sombra de dúvida, ele era o preferido do César.
Félix procura César para falar do irmão e ouve o que não quer. Além de dizer que jogava bola com o falecido, César acusa Félix pela morte do irmão. "Você chorava por tudo. Era um bebê chorão", diz o dono do San Magno.