O promotor de justiça, Eliardo Cabral, informou hoje no Notícia da Manhã que a investigação do caso Fernanda Lages irá continuar e deu características do suspeito.
“Estou esperando apenas que algumas pessoas tenham a coragem de assinar as declarações. Vou dizer em breve quem é. O sujeito está na Bahia com a cara cheia de botox e calça 42. O vigilante da Servisan viu Nairinha sentada, Fernanda e um sujeito em pé, de costas. Ele viu até os tênis nos pés do sujeito”, afirmou o promotor, referindo-se aos calçados de um homem que supostamente teria entrado na construção do MPF, com a estudante momentos antes do corpo ser encontrado.
Promotor relembra que o vigia Domingos, em seu primeiro depoimento, relatou que uma pessoa – que não conseguiu identificar se era homem ou mulher – acompanhou a estudante ao entrar no prédio. Também em depoimento ao Ministério Público o coronel Almeida relatou ter visto marcas de um tênis da marca Olympicus tamanho 42 no local do crime.
Eliardo afirmou que o delegado Freitas, da PF, apresentou na última terça-feira (18), em reunião com o juiz Antonio Noleto, que acompanha o inquérito, um documento que desautorizava a PF a entrar no caso. “Se for assim, por que fizeram? Se foi assim, eles virão explicar por que estão fazendo. Eles estavam fazendo o quê lá, então? Esse relatório cairia por terra”, questiona.
Eliardo afirma que espera o retorno do promotor Ubiraci Rocha, em viagem a São Paulo, e o envio do relatório oficial da PF para decidirem se pedirão novas diligências. O caso poderá voltar para o 5º DP.
"Eles podem ter o poder do dinheiro, poder da política, que pode muito, poder de influência, que pode muito. Mas meu Deus vai arrancar do oculto e do secreto os nomes dos assassinos de Fernanda Lages e mostrar para a sociedade. Jamais sairei desmoralizado, até porque estou sustentando uma tese verdadeira de que Fernanda Lages não cometeu suicídio, muito menos brincou de fazer gestos de equilíbrio naquela mureta”, declarou.
Resultado
A Polícia Federal revelará durante entrevista coletiva marcada para as 09h30 o resultado dos 11 meses de investigação sobre o caso. Dentre os principais pontos a serem apresentados estão que Fernanda entrou sozinha no local e as marcas encontradas nas costelas foram decorrentes da queda e as feridas resultadas do arrasto ocorreram após a queda.
Não há provas que coloquem uma outra pessoa no local. Isso foi constatado com a quebra do sigilo telefônico.
A investigação aponta ainda que Fernanda pulou de cabeça em posição de mergulho e estaria consciente no momento da queda, tanto que usou o braço para, instintivamente, proteger o corpo. Isso explica as lesões nas unhas da estudante. Um dente foi quebrado.