'Eles soltos trazem inseguran�

'Eles soltos trazem inseguran�a', diz promotora sobre soltura de suspeitos.

Publicada em 27 de Maio de 2016 �s 21h44

A promotora de Justi�a Gabriela Santana soube na noite desta sexta-feira (27) pelo G1 da soltura dos quatro adolescentes suspeitos de participar do estupro coletivo em Bom Jesus, no Sul do Piau�. Ela ficou surpresa com a decis�o do juiz em liberar os menores, mesmo com o laudo m�dico confirmado o abuso sexual na garota de 17 anos. Apenas o jovem de 18 anos foi mantido preso e encaminhado ao pres�dio da cidade.
"Recebi com muita surpresa a not�cia, porque eu entendo que h� prova da materialidade e ind�cios suficientes de autoria dos suspeitos no estupro. Al�m disso, acredito que a soltura dos adolescentes traz inseguran�a para eles e a sociedade, al�m disso pode atrapalhar a investiga��o", comentou.

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Gabriela Santana solicitou na quarta-feira (25) a interna��o dos quatro adolescentes para o Centro Educacional Masculino (CEM) em Teresina. O pedido foi negado pelo juiz Eliomar Rios Ferreira, que liberou os menores com a justificativa deles terem bons antecedentes e a soltura dos suspeitos n�o representaria risco para a sociedade e nem prejudicaria o andamento do processo.
"Eu pedi a interna��o dos adolescentes para manuten��o da ordem p�blica, j� que o crime chocou toda a cidade. Al�m disso, o ECA [Estatuto da Crian�a e do Adolescente] prev� a internamento nestes casos para garantir a seguran�a dos menores tamb�m. Ainda n�o fui intimada, vou analisar o caso e se poss�vel recorrer da decis�o", completou a promotora.
A v�tima de 17 anos foi encontrada em uma obra abandonada no s�bado (21), amarrada e amorda�ada com a pr�pria calcinha. Ela chegou a contar que foi conduzida ao local e violentada pelos cinco suspeitos. Populares socorreram a v�tima, que foi encaminhada para o hospital de Bom Jesus e liberada ap�s avalia��o psicol�gica.

Para o delegado Aldely Fontineli, respons�vel pelo caso, a libera��o dos quatro adolescentes tamb�m foi motivada pelo excesso de prazo dado pelo Estatuto da Crian�a e do Adolescente (ECA), que permite a perman�ncia de menores na delegacia por at� cinco dias. Ele revelou ao G1 n�o ter d�vidas da participa��o dos suspeitos no estupro coletivo.
"O jovem assumiu ter dito conjun��o canal com v�tima e detalhou a participa��o dos demais no crime. Inclusive dois dos menores, no calor da emo��o, tamb�m confessaram o estupro e no dia seguinte apresentaram uma outra vers�o id�ntica. N�o h� d�vidas do envolvimento dos adolescentes, a pr�pria v�tima confirmou que eles tamb�m cometeram o crime. Resta agora esperar o resultado dos exames dos espermas coletados na garota, que v�o confirmar o estupro coletivo", declarou.
A ONU Mulheres divulgou um comunicado na quinta-feira (26) solidarizando-se com as duas adolescentes que foram v�timas de estupro coletivo nos �ltimos dias no Brasil, uma no Rio de Janeiro e outra em Bom Jesus, Piau�. O bra�o da organiza��o internacional no Brasil pede � sociedade brasileira "toler�ncia zero a todas as formas de viol�ncia contra as mulheres e a sua banaliza��o”.
Menores negam participa��o
Em depoimento para promotora de Justi�a Gabriela Almeida de Santana, os adolescentes negaram o estupro coletivo e relatam ter visto a garota sendo abusada pelo jovem de 18 anos, que estava na companhia deles. Eles tamb�m confirmaram que a v�tima ingeriu bebida alco�lica e estava desorientada.
“Eu questionei se eles n�o fizeram nada para impedir e os quatro declararam achar normal o ato, mesmo com a v�tima embriagada e sem condi��es de responder por si. Eles relataram com riqueza de detalhes a v�tima reclamando da sensa��o de tortura e vomitando. S� que eu achei estranho algu�m ir em uma obra abandonada para apreciar a paisagem, como os adolescentes alegam. Tudo indica que os menores combinaram a mesma vers�o e foram ao local para fazer uso de droga", revelou a promotora.

Depoimento da v�tima
Gabriela Almeida de Santana revelou ter ouvido tamb�m a garota, que ainda est� em estado de choque. A v�tima disse n�o se recordar o que aconteceu depois de ter passado mal e confirmou que todos ingeriram bebida alcoolica, sendo que dois dos suspeitos usaram droga.
"O laudo m�dico confirmou o abuso, mas somente um exame de DNA vai provar o estupro coletivo. J� conversei com o delegado e vamos solicitar o teste, assim como ouvir testemunhas e os socorristas do Samu. Pedi tamb�m ao Creas a realiza��o de um estudo social das fam�lias desses menores para saber em quem meio eles est�o inseridos e como isto pode influenciar na pena", disse.
Vitima e suspeitos eram amigos
Na segunda-feira (24), o delegado Aldely Fontineli, que investiga o caso, revelou ao G1 que a v�tima do estupro coletivo e os cinco suspeitos do crime tinham v�nculo de amizade. Segundo ele, a adolescente de 17 anos e os envolvidos se conheciam e por isso estavam bebendo juntos. A pol�cia suspeita que alguma subst�ncia tenha sido colocada na bebida da jovem.
"A v�tima bebia sozinha, depois de ter brigado com o namorado, quando os suspeitos se aproximaram para fazer companhia a ela. Em determinado momento, a menina ficou completamente b�bada e eles realizaram o ato criminoso", contou.

Ainda bastante abalada, a adolescente retornou na segunda-feira ao Hospital Regional Manoel de Sousa Santos, em Bom Jesus, e foi ouvida por agentes civis. A garota esteve acompanhada pelo Conselho Tutelar, que preferiram n�o comentar sobre o caso. O depoimento aconteceu no hospital porque ela est� sendo acompanhada por psic�logos.

Estupro coletivo em Castelo do Piau�
No dia 27 de maio de 2015, quatro adolescentes foram v�timas de estupro coletivo em Castelo do Piau�. Quatro garotos suspeitos de violentarem as meninas foram condenados pela Justi�a a cumprir medida socioeducativa por participa��o no crime. Ad�o Jos� Silva Sousa est� preso, mas ainda n�o foi julgado.
No m�s em que o estupro coletivo completa um ano, o G1 conseguiu entrevistar com exclusividade os tr�s adolescentes. Eles alegam inoc�ncia e dizem que confessaram o crime ap�s serem torturados pela pol�cia.
Neste primeiro ano ap�s o crime, as garotas deixaram a antiga escola em Castelo e passaram morar e estudar em Teresina. Conquistaram novos amigos e pretendem fazer o Exame do Ensino M�dio (Enem) em novembro.

Na Casa de Deten��o Provis�ria de Altos, o G1 tamb�m conversou com o homem apontado pela Pol�cia Civil e Minist�rio P�blico Estadual como o suspeito de ser o mentor do estupro coletivo contra quatro garotas em Castelo. Ad�o Jos� Silva Sousa, de 42 anos, alega inoc�ncia, diz que n�o estava na cidade no dia do crime.

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Fonte: globo �|� Publicado por: Da Reda��o

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