A tão falada "boa geração belga", sensação das eliminatórias europeias, fez o básico, mostrou eficiência e pragmatismo, e conseguiu sua terceira vitória na Copa do Mundo. O triunfo por 1 a 0 sobre a Coreia eliminou os asiáticos do torneio, embora não tenha empolgado a torcida que compareceu ao Itaquerão. Quando o jogo estava 0 a 0, os torcedores vaiaram as duas equipes, que faziam um duelo chato.
Já classificados, os belgas atuaram com um time cheio de reservas, mas conseguiram superar o adversário mais fraco da chave, fazendo apenas o suficiente. Marcaram muito bem, mesmo jogando com um a menos por todo o segundo tempo, graças a uma expulsão boba no primeiro tempo. Na terça-feira, na Fonte Novo, vão pegar os Estados Unidos pelas oitavas de final. Os coreanos voltam para casa sem nenhuma vitória.
Fases do jogo: A Bélgica poupou seus principais titulares, e os reservas não conseguiram manter o mesmo nível de atuação. Eles também não fizeram muito esforço, já que um empate garantiria a primeira colocação do grupo. Os coreanos, que dependiam de uma vitória e de saldo de gols, protagonizaram os lances mais agudos do primeiro tempo, mas seus chutes foram defendidos pelo bom goleiro Courtois.
O segundo tempo foi bem diferente graças à expulsão do volante belga Defour por entrada violenta no final da primeira etapa. Com um a mais, os coreanos ensaiaram uma pequena pressão e chegaram até a colocar uma bola na trave. O treinador belga mexeu em sua equipe para tentar controlar o jogo. Um chute aparentemente sem muitas pretensões gerou um rebote que Vertonghen conseguiu completar para garantir a vitória dos europeus.
O melhor: Courtois. O goleiro mostrou segurança quando foi acionado e defendeu as poucas tentativas de chute a gol que os coreanos fizeram. Ele também garantiu a vitória no final do jogo quando a Coreia partiu para o abafa em busca do empate.
O pior: Mertens. O meio-campista belga teve as suas chances de marcar no primeiro tempo, mas entrou na partida com o pé torto e isolou duas bolas mesmo estando na frente do goleiro. Muito mal, acabou substituído no segundo tempo.
Chave do jogo: a marcação belga. Os europeus conseguiram anular as principais ações dos coreanos e apostaram no contra-ataque para balançar as redes. Uma estratégia segura, que deu resultado, mesmo jogando com um homem a menos por todo o segundo tempo.
Toque dos técnicos: Ao ver que sua estratégia inicial não vinha dando certo, o técnico da Bélgica Marc Wilmots mexeu no time e conseguiu dar um pouco mais de ofensividade ao seu esquema. A entrada de Origi e Chadli deu mais dinâmica ao setor ofensivo.
Para lembrar:
Aquarela do Brasil. Nas arquibancadas, os torcedores belgas entoaram uma versão de "Aquarela do Brasil", comemorando a boa campanha que a seleção faz na Copa. A música é uma espécia de símbolo desse time, que também a cantou quando eles conseguiram a classificação ao Mundial.
Dae Han Min Guk. A torcida coreana pode não ter sido a mais numerosa no Itaquerão, mas foi a mais barulhenta. Em vários momentos, eles entoaram o coro de "Dae Han Min Guk", que significa República da Coreia em coreano. O grito ficou famoso durante a boa campanha da seleção na Copa de 2002.
Falta de combatividade. Na saída do primeiro tempo, com um 0 a 0 chato no placar e poucas chances de gol, a torcida protestou no estádio. As duas equipes foram aos vestiários sob muitas vaias.
Fala muito. O juiz Benjamin Williams gosta de bater papo em campo. Depois de faltas duras, evitava dar cartão amarelo e preferia advertir verbalmente os atletas. Antes de cobranças de escanteio, ele também dava longas instruções e gesticulava bastante. Só não falou muito quando o volante Defour entrou com a sola da chuteira na canela de um rival e recebeu cartão vermelho direto.
COREIA DO SUL 0 X 1 BÉLGICA
Data: 26/06/2014 - 17h
Local: Itaquerão (São Paulo)
Árbitro: Benjamin Williams (AUS)
Auxiliares: Matthew Cream (AUS) e Hakan Anaz (AUS)
Cartões amarelos: Hong Ho (Coreia) e Dembele (Bélgica)
Cartão vermelho: Defour (Bélgica)
Gol: Vertonghen aos 32min do 2º tempo
Coreia do Sul: Kim Seung; Lee Yong, Hong Ho, Kim Young e Yun; Han (Lee Keun), Lee Chung, Ki e Koo; Son (Ji) e Kim Shin (Kim Bo)
Técnico: Hong Myung-bo
Bélgica: Courtois; Vanden Borre, Lombaerts, Van Buyten e Vertonghen; Defour, Dembélé e Fellaini; Mertens (Origi), Januzaj (Chadli) e Mirallas (Hazard)
Técnico: Marc Wilmots