Publicada em 11 de Junho de 2016 �s 10h50
Mais do que aprender as disciplinas que preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os alunos do Colégio Estadual Zacarias de Góis (Liceu Piauiense), localizado no Centro de Teresina, participam de diversos projetos extracurriculares que ajudam tanto na conquista para entrar em uma instituição de ensino superior quanto na formação dos jovens como cidadãos. Dentre os projetos, se destacam as aulas de português, matemática e xadrez, Oficina de Corpo e Movimento, júris simulados, Filminuto/Curtaliceu, música, astronomia, robótica, anatomia clínica, treinamento funcional, entre outros.
Toda essa carga horária só é possível porque a escola funciona em modelo de tempo integral, no qual os alunos ficam de 7h às 18h na instituição, tendo direito a almoço e lanches. "Muitos alunos estranharam, a princípio, o modelo da escola de tempo integral, mas ao verem o que oferecemos, eles se sentem mais acolhidos. Com esses projetos, vemos os alunos muito mais voltados para dentro da escola", afirma a diretora do Liceu, Adriana Lebre.
Os projetos são divididos pelas mais diferentes áreas do ensino, tudo pensado para que o aluno, além de desenvolver melhor sua aptidão, consiga se identificar com algumas dessas áreas, servindo também como uma orientação vocacional. "A escola de tempo integral tem que ser vocacional, de modo que nosso trabalho é apoiar e desenvolver as habilidade e perceber a aptidão que mais se destaca em cada aluno", ressalta a diretora.
Projetos
O Aulão de Matemática, voltado para a preparação do Enem dos alunos de 2° e 3° ano, tinha inicialmente 40 estudantes, hoje, com a adesão do projeto, o número aumentou e agora ocupam o auditório que possui capacidade para 250 pessoas.
Complementando o aulão, a escola ainda utiliza o xadrez como forma de desenvolver o pensamento dos alunos. "Há melhorias na concentração deles, inclusive um aluno já me disse que o xadrez ajudou a abrir o seus horizontes, já que ele trabalha na resolução dos problemas", conta a diretora.
Já, na área de artes e literatura, existe o projeto Curtaliceu, no qual o professor faz a escolha de um livro em que o aluno do 2° e 3° ano precisa fazer uma adaptação em formato de vídeo de um minuto. Os alunos escrevem o roteiro, filmam e a culminância é com a exibição dos curtas na sala de cinema da instituição, sendo assistidos pelos demais alunos da escola.
O professor de física, Antônio Rodrigues, responsável pelos projetos de música, astronomia e robótica da escola, conta que as disciplinas trazem a liberdade para os alunos começarem a pensar, interagir entre eles mesmos e ainda dão a chance de mudar a maneira de abordar conteúdo em sala de aula.
"A astronomia e robótica, usando-as como exemplos, dão a eles a oportunidade de por em prática o que foi visto nas aulas de matemática, física, química, historia e geografia. Então, nós transformamos as aulas comuns e enfadonhas em outras mais interessantes, que os fazem querer mais", conta o docente.
Saúde
Já na área de saúde, a escola oferece aos jovens o projeto "Anatomia Clínica". A ideia é que os alunos do 3° ano do ensino médio, que têm interesse em fazer cursos na área e aqueles que a escola percebe ter o potencial, possam comprovar sua aptidão para a área.
Neste projeto, são trazidos para a sala os conceitos básicos da disciplina de anatomia dos cursos da área de saúde das universidades e faculdades, de maneira que eles já tenham uma base do que vai ser ensinado no ensino superior.
Outro projeto da área da saúde é o "Corpo e Movimento". "Não é só dançar, esse exercício envolve a interdisciplinaridade como um todo, já que integra a biologia e a história porque os professores falam com os alunos sobre a história de cada dança e movimento", garante a diretora.
Há ainda, a "Educação Física funcional", que é realizada na quadra de vôlei no fim do dia e reúne um grupo de jovens para fazer um treinamento funcional. A maioria dos alunos que participam do projeto são os atletas da escola, que fazem esse trabalho como uma complementação de suas atividades físicas. A turma que havia começado com 15 alunos, atualmente tem 30.
"É um treinamento de baixo impacto que não utiliza aparelhagem, somente a movimentação do corpo, para melhorar o condicionamento cardiovascular e respiratório desses atletas", afirma o professor responsável pelo projeto, Gualberto Abreu.
A diretora Adriana Lebre finaliza dizendo que os resultados dos trabalhos, além de serem visto no boletim dos estudantes, ainda são aprovados pelos pais e os responsáveis, que acompanham o dia a dia dos alunos. "Quem vê do lado de fora percebe que o aluno abre seu horizonte para outras disciplinas. Então, além da disposição de aprender novos conteúdos, ainda temos o fator de que os pais sabem onde seu filho está e o que está fazendo. Tendo dessa forma, a certeza de que ele esta ocupando seu tempo aprendendo", conclui Adriana.