O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou, nesta sexta-feira (30), que a economia do Brasil só vai melhorar "quando houver a mudança política que o país espera". O ex-governador classificou como "lamentável" o crescimento de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2014, segundo dados do IBGE.
"O governo submeteu o Brasil ao mais baixo crescimento da história republicana. É lamentável. Torcemos e tentamos ajudar para que o país tivesse outro comportamento na economia, mas ficou evidente que só vai haver melhoria na economia se houver a mudança política que o Brasil espera", declarou Eduardo, depois de participar de sabatina com jornais da Região Metropolitana de São Paulo, em Osasco.
A média de crescimento econômico dos três anos e três meses do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) - cerca de 2% - está bem abaixo da dos oito anos de gestão do ex-presidente Lula (PT), de 4,5%, e também é menor que a média dos oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de 2,7%,, acompanhando tendência internacional de queda do crescimento.
Entre críticas à política econômica do Governo Federal, Eduardo falou mais uma vez que "é necessário romper com a velha política" para produzir mudanças necessárias no país e que, como sétima economia do mundo, o Brasil "não está condenado a ser governado pelos "Sarneys e Collors" da vida". Segundo ele, os dois senadores são o que há "de mais atrasado" na política brasileira.
Eduardo respondeu a dezenas de perguntas por mais de uma hora, mas ficou visivelmente irritado com uma delas. Um repórter do jornal Página Zero, de Carapicuíba, questionou o ex-governador sobre os índices negativos de Pernambuco e como sua gestão poderia ser usada como "vitrine" na campanha ao Palácio do Planalto.
De acordo com dados do Pnad, Pernambuco é o oitavo estado com mais analfabetos no país, tem baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e ocupa o 17º lugar no Ideb (índice de Desenvolvimento da Educação).
"Acredito que sim [a gestão possa ser usada como vitrine]. Porque quem vive lá, diferente de você, e conhece o quanto esses índices melhoraram, têm a possibilidade de falar sobre a gestão", declarou Eduardo, acima do tom afável com que conduziu o restante da entrevista.