Piaui em Pauta

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Economista diz não ter nada co

Economista diz não ter nada contra o Piauí e que foi explícito ao fazer piada.

Publicada em 05 de Março de 2016 �s 14h33




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O economista e jornalista Paulo Figueiredo Filho afirmou neste sábado (5) que não tem nada contra o Piauí e que foi explícito ao informar que seu comentário sobre as mulheres do estado foi uma piada irônica e sarcástica. Ele foi acusado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Piauí, de ter se manifestado de forma preconceituosa e discriminatória ao postar no Facebook que as mulheres piauienses deveriam usar um "saco de papelão na cabeça".
“Não é preciso ser um gênio para entender que um artifício comum do humor é levar características individuais ao limite e fazer generalizações. Já ouviu falar de piadas de português? Ou, que tal, piadas de advogado? Você pode gostar ou não da piada. O meu direito de fazê-la é idêntico ao seu direito de não rir”, afirmou em nota ao G1. "Tenho total confiança de que a imensa maioria das pessoas entendeu a mensagem. Infelizmente, o mundo de hoje está chato", complementou.

No dia 27 de fevereiro, a OAB-PI publicou nota de repudiou contra a postagem de Paulo, que é neto do ex-presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-85). Além disso, disse que iria solicitar que o Ministério Público Federal (MPF) apurasse o caso.

Em um longo texto enviado para o G1 e publicado em seu perfil no Facebook, Paulo elenca 23 pontos que julga pertinente para explicar o post considerado polêmico, se defender da OAB, de um deputado federal que o insultou e das pessoas que o consideraram ofensivo. Além de afirmar que não cometeu crime algum e que tem direito a liberdade de opinião (leia a nota na íntegra no fim da matéria).



Sobre a grande repercussão que o caso ganhou, o economista afirmou que isso ocorreu porque ele é neto do ex-presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo. “Não fosse, não teria sido necessário deturpá-lo. Tenho absoluta certeza de que se não fosse o "neto do último ditador" (volto a isso adiante), a imprensa ou a OAB perderiam um segundo sequer para repercutir o assunto. Porém, na cabeça dos abutres, "netos de ditadores" possuem direitos constitucionais diferentes, desde que seja necessário cumprir alguma agenda ideológica ou aparecer um pouquinho na televisão”, escreveu.
Em determinado ponto, o economista defende o seu direito a liberdade de expressão e que não comentou crime algum.

“Ora, mesmo que eu estivesse falando sério - o que deixei claro que não estava - o que há de errado em chamar alguém de feio? Beleza é subjetiva e pessoal. Feiúra para o meu gosto ainda não constitui crime ou demérito como ser humano. Não seria tal postura pautada no preconceito com as feias e, portanto, uma violação dos "princípios da ética e da urbanidade e dignidade da mulher [feia] e das condições humanas que preveem as relações sociais de respeito mútuo e valorização do ser humano" (sic. sic. sic. sic.)?. Feios, uni-vos! Onde está a OAB para defender os feios de discriminação? Se bem que, no caso da Dra. Eduarda Mourão, isto talvez fosse considerado por alguns advogar em causa própria. (Dica: é uma piada)”.

Paulo Figueiredo finalizou afirmando que respeita todas as pessoas independente de qualquer característica.
“Por fim, quero reafirmar algo que também está claro a todos os que me conhecem ou frequentam a minha página: o respeito às pessoas pelo que elas são e pela maneira como se portam, independente de sua origem, cor, credo, opção sexual ou até beleza. Ser piauiense, assim como ser carioca, gaúcho, brasileiro, americano ou o que quer que seja não deve, por si só, ser motivo de orgulho ou vergonha para ninguém. Ser honesto, trabalhador, bom e justo, sim. E talvez, só talvez, ser bem humorado também valha alguma coisa".
Nota de Paulo Figueiredo Filho (íntegra)

O PIAUÍ E A PIADA DE MAU GOSTO

Em um destes dias, fiz uma piada envolvendo a "polêmica dos shortinhos" na minha página pessoal no Facebook que envolvia comentários generalizantes sobre a beleza das mulheres do Piauí. Até aí, algo absolutamente normal para quem está acostumado com o conteúdo de humor, deboche e de alta acidez desta página. Mas o que ocorreu em seguida foi digno de um episódio do desenho animado South Park: o post tomou grande repercussão no estado, com direito a matérias de televisão, notícias em jornais, carta de advogada da OAB e pronunciamento de um deputado na Câmara.

Normalmente, sou da política de que piadas não devem ser explicadas, mas, inspirados pelo quadro "Explaning Jokes do Idiots", do jornalista e humorista americano Bill Maher, vamos a algumas considerações importantes:

1- Como dito, tudo que eu escrevo tem um alto componente de ironia e sarcasmo. Normalmente, julgados politicamente incorretos. Se você não acredita, leia todos os outros posts da página. Curiosamente, o imediatamente anterior era um deboche com os pedalinhos do sítio do Lula e o seguinte o compartilhamento de um ato de stand-up do comediante americano Bill Burr.

2- Eu ainda fui explícito no primeiro comentário do polêmico post, dizendo que tinha ciência de que alguns idiotas levariam o conteúdo a sério. Eu não imaginava, no entanto, que seriam tantos.

3- Logo em seguida, tomei o cuidado de fazer uma nova postagem explicando a piada e reconhecendo o óbvio: existem mulheres bonitas no Piauí e feias no Rio Grande do Sul. Destas, ainda nominei algumas, para ficar claro. Não deveriam haver mais dúvidas, mas alguns brasileiros não conseguem mais interpretar textos. Culpa do país alfabetizado a la Paulo Freire.

4- Não é preciso ser um gênio para entender que um artifício comum do humor é levar características individuais ao limite e fazer generalizações. Já ouviu falar de piadas de português? Ou, que tal, piadas de advogado? Você pode gostar ou não da piada. O meu direito de fazê-la é idêntico ao seu direito de não rir. Mas você não tem o direito de levar uma piada a sério, a não ser que VOCÊ não queira ser levado a sério como pessoa.

5- Tenho total confiança de que a imensa maioria das pessoas entendeu a mensagem. Infelizmente, o mundo de hoje está chato. E não sou eu quem está dizendo, mas alguns dos melhores comediantes do planeta: Jerry Seinfeld, Chris Rock, Bill Maher, Larry the Cable Guy, Bill Burr, Louis CK estão reclamando por não conseguirem mais fazer piadas em alguns círculos por conta da patrulha da Praga Politicamente Correta, para usar a expressão do filósofo Luiz Felipe Pondé. Nas palavras do Seinfeld "Estas pessoas querem usar essas palavras como 'sexista', 'preconceituoso', 'racista', [ou xenofóbico] mas não tem ideia do que estão falando". Eu não me considero um Jerry Seinfeld, mas sem dúvidas penso que gozo dos mesmos direitos que ele.

6- Veja, citei apenas comediantes americanos, porque aqui a coisa está bem pior. Qualquer um dos acima mencionados teria que lidar com um destes advogados fracassados em busca de uma "defesa dos oprimidos" que garanta uma aparição nos jornais. Pobre do Danilo Gentili...

7- Meu avô, que ria de todas as inúmeras sátiras que faziam dele na televisão (no tempo em que podiamos satirizar o Presidente da República), dizia que só uma pessoa sadia consegue rir de si mesma. O Brasil já foi assim, mais sadio. No tempo onde o Costinha podia fazer piadas com uma "bichinha pobrezinha". Na época onde uma trupe de um gay, um nordestino, um negro e um bundão faziam piadas à vontade nos Trapalhões. Ou no tempo em que a TV Pirata e o Casseta e Planeta gozavam das balas perdidas do Rio de Janeiro, enquanto os Mamonas Assassinas e o Falcão satirizavam gaúchos e nordestinos, sem culpas. Abro aspas para o Renato Aragão: "Naquela época, essas classes dos feios, dos negros e dos homossexuais, elas não se ofendiam. Elas sabiam que não era para atingir, para sacanear". Se uma advogada destas colocar a TV no canal VIVA é capaz de abrir processo contra a Rede Globo.

8- Obviamente, a indignação da Ordem dos Advogados Bolivarianos é seletiva. Esta mesma OAB que está indignada com a minha piada, acha que não há nas "pedaladas fiscais" motivos para o impeachment de Dilma Rousseff. Ou seja: no senso moral deturpado desta gente, fraudar contas públicas pode, fazer piada não.

9- Mais sobre o senso de indignação seletivo: qual foi a postura da OAB quando o Lula disse que Pelotas, no RS, era uma cidade "polo exportadora (sic.) de viados"? Eu ri da piada, mas e a OAB? Seria um caso duplo de preconceito contra os gays e os pelotenses?

10- Fazer piadas com todos os símbolos religiosos cristãos, direito dos quais o pessoal do Porta dos Fundos usa e abusa, pode, segundo o critério da OAB. Afinal, símbolo religioso pode até ser enfiado no fiofó, sem um pingo de indignação da Ordem. A beleza da mulher piauiense é mais sagrada do que a Virgem Maria e Nosso Senhor Jesus Cristo, ao que parece.

11- Apesar de muitos piauienses terem conseguido rir, foram também muitos os que entraram no meu perfil do Facebook para me ofender, xingar a minha família e me ameaçar explicitamente, até mesmo de morte. Onde estava a OAB? Onde está a proporcionalidade do direito de resposta? Não vi nenhuma indignação. De novo, no critério doentio de alguns advogados, ameaça de morte pode, piada não.

12- Onde estava a OAB quando o humorista esquerdista do site de humor Cocadaboa, MrManson (pseudônimo de Wagner Martins) escreveu o livro "Transpiauí: uma peregrinação proctológica"? O conteúdo é bastante pior, considero. Mas eu esqueço que se o humorista for esquerdista, pode tudo e que advogado da OAB não tem o hábito de ler livros. (Dica: de novo, é uma piada).

13- Que pena que eu tenho dos contribuintes compulsórios da OAB. Não apenas pelo conjunto da obra, mas deve ser muito triste ver os seus recursos sendo usados para pagar uma "Presidente da Comissão da Mulher" tão desocupada, mesmo em um estado onde as mulheres sofrem tantos estupros, agressões e crimes sérios. Desocupada, aliás, porque quer, uma vez que a Dra. Eduarda Mourão, poderia fazer melhor uso do seu tempo e recursos em um curso básico de gramática. Assim, evitaria o vexame público de soltar uma nota com pelo menos oito erros de português em apenas quatro parágrafos. (Dica: desta vez não é uma piada...ou é?).

14- Falando em dinheiro de contribuintes forçados, é uma desgraça ver meus impostos sustentando deputados como Silas Freire, do PR-PI, que pediu a palavra na câmara para chamar de idiota o empresário Flávio Figueiredo (sic.) e dizer que o povo do Piauí não precisava usar saco na cabeça porque tinha fama de...... honesto e trabalhador (?!?!). Se a incoerência e a dificuldade em acertar um simples nome não provam quem é o verdadeiro idiota, eu não sei o que provam.

15- Ainda, sobre o idiota acima: não tenho ideia de quem seja. O que vi, é que é deputado pelo PR, partido coligado com o PT nas últimas duas eleições presidenciais e com integrantes acusados em virtualmente todos os escândalos de corrupção no Brasil desde sua fundação. Talvez por isso, ao contrário do povo do Piauí, seus políticos não tenham lá toda essa fama nem de honestos, nem de trabalhadores.

16- Seguindo a linha de sugestões sobre melhor uso do tempo pago com recursos alheios, fico muito feliz que o deputado Silas Freire esteja focado em resolver as prioridades do povo que o elegeu. Afinal, o que importa que seu estado tenha um Índice de Desenvolvimento Humano inferior ao do Gabão e um dos piores da federação, quando alguém está por aí fazendo piadas impunemente? E por que pedir a palavra na Casa do Povo para falar sobre os desvios bilionários do Petrolão, quando a reputação da beleza das mulheres do seu estado está sendo questionada? (Dica: é uma piada.)

17- É um bom resumo do Brasil: Em anos de profunda depressão, em um país parado investigando a extensão do desvio de bilhões de reais dos cofres públicos, a OAB está pedindo que o Ministério Público perca tempo de um promotor, pago com o erário, para combater.... uma piada. Enquanto isso, um deputado, também pago com o erário, perde tempo na Câmara, com.... uma piada. E ainda, uma horda de mimimis da geração 7x1 que deveriam estar capinando um terreno, lavando uma louça e contribuindo com o PIB, mostram a sua indignação com... uma piada. Multiplique tudo isso pelo número de casos do tipo espalhados pelo país e verá porque não precisamos de ajuste fiscal ou CPMF.

18- É bom ressaltar que não sou o primeiro a arrumar briga com parte do povo do Piauí. Sugiro a leitura para os mais jovens do espetacular Nelson Rodrigues e a crônica essencial "Salvando o Piaui do seu ufanismo". Me sinto em excelente companhia. Mas, de novo, no país alfabetizado pelo Paulo Freire, acho que peço demais recomendando a leitura de Nelson Rodrigues.

19- Não estou nem um pouco preocupado do ponto de vista jurídico, não por me achar acima da lei, mas por, mesmo bem assessorado, me sentir amplamente amparado pela Constituição Federal. Mas, me pergunto se a advogada parou para pensar na bobagem que disse quando me acusou publicamente de cometer um crime. Ora, mesmo que eu estivesse falando sério - o que deixei claro que não estava - o que há de errado em chamar alguém de feio? Beleza é subjetiva e pessoal. Feiúra para o meu gosto ainda não constitui crime ou demérito como ser humano. Não seria tal postura pautada no preconceito com as feias e, portanto, uma violação dos "princípios da ética e da urbanidade e dignidade da mulher [feia] e das condições humanas que preveem as relações sociais de respeito mútuo e valorização do ser humano" (sic. sic. sic. sic.)?. Feios, uni-vos! Onde está a OAB para defender os feios de discriminação? Se bem que, no caso da Dra. Eduarda Mourão, isto talvez fosse considerado por alguns advogar em causa própria. (Dica: é uma piada)

20- Apesar de estar acostumado, ainda me causa repulsa o comportamento de todos os palhaços deste circo. Toda esta repercussão acontece, não pelo conteúdo do que eu disse, que é inocente e cotidiano, mas por QUEM o disse. Não fosse, não teria sido necessário deturpá-lo. Tenho absoluta certeza de que se não fosse o "neto do último ditador" (volto a isso adiante), a imprensa ou a OAB perderiam um segundo sequer para repercutir o assunto. Porém, na cabeça dos abutres, "netos de ditadores" possuem direitos constitucionais diferentes, desde que seja necessário cumprir alguma agenda ideológica ou aparecer um pouquinho na televisão.

21- Aproveito para corrigir os noticiários, que divulgam amplamente duas informações falsas: primeiro, não sou sócio do Donald Trump (quem me dera!). Segundo, não sou neto de ditador, uma figura que segundo os dicionários (olha eu, exigindo leitura de dicionários!) "reúne em si todos os poderes públicos." Como João Figueiredo foi eleito indiretamente, com mandato fixo, com o Congresso e governadores eleitos diretamente e de maioria oposicionista, governou sem atos institucionais, sem censura, sem medidas provisórias, sem presos políticos e entregou o governo pacificamente para um opositor, não se enquadra nem de longe nesta definição. Considero, estas sim, informações falsas, injuriosas e, portanto, criminosas e sujeitas a processo. OAB, me ajude!

22- Não foram apenas estes os equivocos dos noticíarios. A imensa maioria dos jornais divulgou os fatos pela metade, com ênfase onde quiseram e sem sequer me ouvir. Em suma, publicaram uma notícia FALSA, prestando um desserviço aos seus leitores, espectadores e consumidores (Alô OAB, onde estão os direitos dos consumidores?)3. Depois reclamam que se tornaram irrelevantes e estão falidos. Podem espernear, mas provavelmente eu tenho mais leitores do que qualquer jornal do Piauí.

23- Por fim, quero reafirmar algo que também está claro a todos os que me conhecem ou frequentam a minha página: o respeito às pessoas pelo que elas são e pela maneira como se portam, independente de sua origem, cor, credo, opção sexual ou até beleza. Ser piauiense, assim como ser carioca, gaúcho, brasileiro, americano ou o que quer que seja não deveve, por si só, ser motivo de orgulho ou vergonha para ninguém. Ser honesto, trabalhador, bom e justo, sim. E talvez, só talvez, ser bem humorado também valha alguma coisa.

Quando era demosntrando, o Brasil em que vivemos é a maior das piadas de mau gosto.
Tags: Economista diz não - O economista e jorna

Fonte: GLOBO �|� Publicado por: Da Redação
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