Manifestantes e policiais militares entraram em contronto durante protestos no Centro de Teresina (30). Um grupo teria tentado forçar o fechamento de loja que não aderiu à paralisação. Centrais sindicais que convocaram protestos negaram envolvimento com a ação e a Polícia Militar, que usou spray de pimenta, ainda não se manifestou. Parte do comércio e alguns bancos do Centro paralisaram os serviços.
A confusão teve início depois que um grupo de manifestantes tentou forçar o fechamento de um estabelecimento. Lojistas e Policiais Militares que estavam diante da loja tentaram impedir que a loja fosse fechada.
As imagens montram um PM segurando uma mulher pelo braço, momento em que a confusão tem início e outro policial joga spray de pimenta em direção aos outros manifestantes. O grupo se afasta, mas a discussão continua por alguns instantes, até que o protesto segue normalmente. Não há registro de feridos.
Rodoviários
Motoristas e cobradores do transporte público de Teresina foram os primeiros a aderir à paralisação, que protesta contra as reformas trabalhista e da previdência e pede a saída do presidente Michel Temer da presidência da república.
Um protesto teve início às 10h30 e deve encerrar ao meio dia. O ato acontece também em Picos, Pedro II e Parnaíba. Nem as organizações dos atos nem a Polícia Militar têm estimativa de público participante até o momento.
Ainda durante os protestos, manifestantes entraram em confronto com policiais militares e lojistas ao tentar fechar uma loja no Centro.
Desde as 6h, os rodoviários deixaram de circular e bloquearam as principais vias no Centro da cidade. A categoria e Polícia Militar ainda não informaram o número de participantes no ato.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro), Francisco das Chagas, explicou que os ônibus saíram das garagens por volta das 5h e pararam em pontos estratégicos no Centro da capital. Durante o movimento, apenas 30% da frota será mantida e a maioria dos veículos só volta a circular por volta das 12h.
"A manifestação é em conjunto com todas as categorias no Centro de Teresina. No caso dos ônibus, com paralisação de 70% da frota até meio-dia. Dos 440 veículos, apenas 132 estarão circulando durante a greve geral", comentou.
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informou que não há veículos cadastrados para ocupar o lugar dos ônibus, porque a paralisação será até meio-dia. O órgão afirmou ainda que vai monitorar e multar consórcios que não cumprirem as ordens de serviço de 30% dos veículos circulando.
O protesto deixou muitos usuários do transporte coletivo revoltada. A doméstica Maria José trabalha no bairro Vale do Gavião e destacou a indignação com o atraso dos ônibus. "Já troquei de parada umas três vezes. Eles deviam protestar lá em Brasília, não aqui atrapalhando quem quer trabalhar", disse.
O comerciário Clóvis disse ao G1 que está desde 7h à espera de um transporte coletivo. "Fui do meu bairro até a Praça da Bandeira mas quando chega lá o ônibus fica estacionado. Tive que vir a pé até a Frei Serafim. Trabalho no Jockey, os ônibus param mas as lojas não param e temos que trabalhar", afirmou.