O dólar opera em alta nesta terça-feira (21), no quinto pregão seguido de alta, após o resultado de pesquisa Ibope para a Presidência da República e com os investidores esperando pelas negociações entre Estados Unidos e China sobre comércio, segundo a Reuters.
Às 9h40, a moeda norte-americana subia 0,6% em relação ao real, vendida a R$ 3,9802. Veja mais cotações. No ano, o dólar tem alta de mais de 20%, segundo o ValorPro.
Risco-país
A economia brasileira sofre os efeitos do calendário eleitoral devido à indefinição sobre o próximo governo e a política econômica a ser adotada a partir do próximo ano. Com isso, cresce a percepção de risco dos investidores internacionais em relação à economia brasileira. Entre as principais economias latinoamericanas, o risco do Brasil só subiu menos que o da Argentina.
O dólar em alta é o indicativo mais visível do crescimento da desconfiança dos investidores em relação ao Brasil. Na segunda-feira, a moeda dos EUA fechou no maior valor em mais de 2 anos, a R$ 3,95, enquanto investidores buscavam destinos mais seguros que o Brasil para o seu dinheiro.
Atuação do BC
O Banco Central brasileiro realiza nesta sessão leilão de até 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de setembro, no total de US$ 5,255 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Última sessão
Na véspera, o dólar fechou cotado a R$ 3,9566, na maior cotação desde fevereiro de 2016. A última vez que o dólar tinha encerrado uma sessão acima de R$ 3,95 foi no dia 29 de fevereiro de 2016 (R$ 4,0036). Já o dólar turismo foi negociado a R$ 4,12, sem contar o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).
Na sexta-feira, o dólar subiu 0,29%, a R$ 3,9146. Na semana passada, a valorização foi de 1,29%. No acumulado no mês até sexta, a alta já chega a 5,42%.
Internamente, os investidores monitoraram a divulgação das primeiras pesquisas de intenção de votos após a inscrição das chapas candidatas às eleições de outubro. Eles temem a liderança de candidatos considerados menos comprometido com as reformas fiscais.
No exterior, os investidores estãode olho nas conversas entre representantes de Estados Unidos e China nesta semana, com a expectativa de que possam gerar algum avanço para a solução da disputa comercial entre os dois países.