A disputa de terra entre os empresários João Claudino Fernandes e Andrade Júnior teve na manhã desta quinta-feira (01) mais um episódio, onde o confronto físico só foi evitado com o auxílio das polícias Federal e Militar, que acalmaram os ânimos dos seguranças do Grupo Claudino e operários da construtora pertencente ao outro envolvido na disputa.
O terreno em questão fica localizado na avenida Maranhão, próximo a região conhecida como Prainha. O empresário Andrade Júnior, dona da construtora que leva seu nome, diz ter a documentação na qual prova que o terreno, de um pouco mais de um hectare, é seu por direito. Ele disse que foi comprado em 2008 do médico Cícero Pereira Lima, falecido no mesmo ano da suposta venda do terreno.
“Em 2008 comprei esse terreno. É fato que o terreno que fica do lado direito, lado esquerdo e atrás desse terreno é dele, mas essa parte, que era um sítio, o doutor Cícero nunca vendeu pra ele. Eles disseram que tem documento, eu posso estar mentindo, mas por que ele que estaria falando a verdade? É uma questão de dignidade” falou emocionado o dono da Construtora.
Segundo o empresário, na última semana, Andrade Júnior se reuniu com João Claudino e ambos acertaram que o terreno não sofreria nenhuma modificação até que a Justiça decidisse quem de fato é proprietário do terreno. Mas mesmo assim, o Grupo Claudino teria descumprido o acordo e colocado vigas na calçada do terreno para levantar um muro ao redor do local.
“Eu vim ao local sozinho na terça-feira (28) e com uma retroescavadeira, retirei as vigas sob a ameaça de vários seguranças e hoje ele manda colocar outras vigas e ainda coloca caminhões na frente do terreno. É uma falta de respeito”, ressaltou Andrade Júnior.
Para o Grupo Claudino o terreno lhe pertence desde1976, quando teria comprado toda a área, que equivale há um pouco mais de quatro hectares. “O Grupo tem a posse da terra e não lembro de termos feito alguma venda. O que está acontecendo aqui é muito feio, essa questão deve ser resolvida na justiça e não aqui”, ressaltou Maporunga, representante do Grupo Claudino.
Confronto
Seguranças do Grupo Claudino, armados com cassetetes, estavam no lado de dentro do terreno e ocupando um espaço na calçada atrás das novas vigas construídas. Já os operários da construtora Andrade Júnior ficaram do outro lado das vigas. O empresário dono da construtora incitou os trabalhadores a retirarem a força às vigas.
Os policiais militares que estavam no local acalmaram os ânimos, mas a situação só foi apaziguada quando policiais federais chegaram ao terreno. Segundo o delegado da PF, Fernando Cruz, os seguranças não poderiam ocupar a calçada e impedir a passagem dos trabalhadores.
Por determinação da PF, os seguranças foram retirados do local e as vigas foram removidas. “O terreno vai ficar desocupado até a disputa ser resolvida na justiça. Não podemos ficar aqui defendendo propriedade privada”, disse a tenente coronel Júlia Beatriz.