Soldados israelenses tomam posição ao longo de um cerca na cidade de Sderot, durante infiltração de militantes palestinos
Imagem: ReuteresSoldados israelenses tomam posição ao longo de um cerca na cidade de Sderot, durante infiltração de militantes palestinos
Um tanque israelense atingiu nesta segunda-feira o hospital de Al-Aqsa, no Centro da Faixa de Gaza, deixando cinco mortos e 16 feridos, segundo fontes do serviço palestino de emergência. O porta-voz do Ministério da Saúde, Ashraf Al-Qidra, informou que o ataque acertou o terceiro andar do prédio, que abrigava uma unidade de terapia intensiva e salas de cirurgia. O Exército de Israel não comentou a investida. No domingo, o Conselho de Segurança das Nações Unidas reiterou seu apelo para “o fim imediato das hostilidades na região” e expressou “profunda preocupação com o número crescente de vítimas”. Até agora, a guerra já matou mais de 500 palestinos, a maioria civis, e 20 israelenses, 18 deles soldados.
Os novos confrontos nesta segunda-feira ocorrem após o dia mais sangrento desde o início da operação Limite Protetor na Faixa de Gaza, no dia 8 de julho. Só no domingo, mais de 100 palestinos e 13 soldados israelenses morreram nos combates. No entanto, o primeiro ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a operação será expandida até que seus objetivos sejam concretizados. Ele ainda elogiou as ações dos militares que têm como alvos os túneis ilegais usados pelos Hamas, destacando que os resultados estão "além da nossa expectativa". saiba mais Conselho de Segurança da ONU pede o fim das hostilidades em Gaza Passa de 500 o nº de palestinos mortos por conflito em Gaza Ministra israelense afirma que acabar com o Hamas é uma opção Após intenso bombardeio, Gaza amanhece envolvida em combates Hamas lança foguetes contra Israel durante cessar-fogo, diz Exército Leia mais sobre Israel e Palestina
— O Exército está avançando no terreno de acordo com os planos, e a operação vai continuar a expandir até que seu objetivo seja alcançado: restaurar a calma aos cidadãos israelenses por um longo tempo — declarou Netanyahu após uma reunião com o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, o chefe de Gabinete, Benny Gantz, e o comandante militar do Sul, o general Sami Turgeman.
Do outro lado do conflito, as ações Hamas parecem ganhar reforço. O secretário-geral do grupo militante xiita Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou em conversa com o chefe político do Hamas, Khaled Meshaal, e o líder da Jihad Islâmica, Ramadan Shalah, que a organização libanesa está preparada para ajudar os palestinos no conflito contra Israel. Nasrallah fez as declarações em um telefonema, no qual também elogiou a guerra travada pelos militantes de Gaza.
A intensificação dos ataques vai de encontro aos apelos da comunidade internacional para uma trégua. Em um comunicado lido pelo presidente do Conselho, o embaixador de Ruanda Eugène-Richard Gasana, após duas horas de consultas a portas fechadas, os 15 países membros pediram o retorno ao acordo de cessar-fogo, de novembro de 2012 entre Israel e Hamas.
“Os países do Conselho pedem o respeito ao direito internacional humanitário, especialmente na proteção de civis e apontam para a necessidade de melhorar a situação humanitária na Faixa de Gaza”, diz o comunicado.
Durante as consultas, o Secretário-Geral Adjunto dos Assuntos Políticos da ONU, Jeffrey Feltman, observou a necessidade de “resolver as causas profundas dos conflitos, a fim de alcançar uma paz duradoura”. O funcionário ainda destacou as necessidades humanitárias, alegando que 83 mil pessoas se refugiaram nas instalações do Instituto das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA).
De acordo com o embaixador dos Estados Unidos, Samantha Power, o cessar-fogo não deve ser vinculado a condições e deve “permitir responder às necessidades humanitárias urgentes”. O Departamento de Estado do país confirmou nesta segunda-feira a morte de dois soldados americanos que operavam pelo Exército israelense na Brigada de Golani. Segundo a agência France-Press, eles foram identificados como Max Steinberg, de 21 anos, e Sean Carmeli, de 24.
Na noite desta segunda-feira, John Kerry viaja ao Cairo para tentar por fim às hostilidades, segundo a Casa Branca. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon também viaja pela região na tentativa de mediar o conflito.
NÚMERO DE MORTOS PASSA DE 500
Apesar do Conselho de Segurança da ONU ter pedido um cessar-fogo imediato, aviões e tanques israelenses continuaram atacando a Faixa de Gaza durante a noite. O bombardeio israelense causou a morte de 25 pessoas de uma família perto da fronteira Sul de Gaza com o Egito, enquanto que outras dez pessoas morreram em Khan Yunis, depois que projéteis impactaram sua casa e alcançaram os que tentavam fugir, informaram fontes médicas.
Forças israelenses mataram ao menos dez militantes palestinos depois que estes cruzaram a fronteira de Gaza por meio de dois túneis, informou o Exército, elevando para mais de 500 o número de mortos no conflito em duas semanas.
Enquanto a guerra se agrava, o Hamas disse na noite de domingo que tinha capturado um soldado israelense, o que levou as celebrações nas ruas de Gaza e na Cisjordânia. No entanto embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, negou a alegação, dizendo que os rumores são falsos.
Desde o início da operação Limite Protetor, Israel mobilizou 53.200 homens dos 65.000 reservistas autorizados pelo governo para a ofensiva neste pequeno território de 362 km2, onde vivem na miséria 1,8 milhão de habitantes. A nova espiral de violência foi desencadeada após o sequestro e o assassinato de três estudantes israelenses em junho, atribuídos por Israel ao Hamas, seguidos pelo assassinato de um jovem palestino, queimado vivo em Jerusalém.