Unidos pelo destino Quase dois terços (65%) dos eleitores de Eduardo Campos (PSB) disseram ao Datafolha que não votam “de jeito nenhum” em Dilma Rousseff (PT). O número é próximo ao de eleitores de Aécio Neves (PSDB) que rejeitam a petista, que chega a 70%. A pesquisa mostra que, num eventual segundo turno contra Dilma, Campos recebe 54% dos votos de Aécio (eram 48% na anterior). Quando o rival de Dilma é o tucano, a transferência é dos mesmos 54%, estável em relação a fevereiro.
Juntos 1 Marineiros estão migrando mais para Campos e recuando de Aécio. Antes, 17% dos que declaravam voto em Marina Silva iam para o senador mineiro quando ela estava fora da disputa, e 30% para o pernambucano.
Juntos 2 Agora, vão 14% para o tucano e 35% para o pessebista. Os que migram para Dilma estão estáveis em 22% desde fevereiro.
Atentos Quase 75% dos eleitores de Campos dizem que o apoio de Marina influencia seu voto: 35% “com certeza” e 39% “talvez”.
Aleluia A influência de Marina é maior junto aos evangélicos. Entre eleitores de todas as religiões, 18% dizem que votariam com certeza no candidato da ex-senadora. Entre os evangélicos, o poder de seu apoio é de 26%.
Tablado A condição de igualdade entre Campos e Marina no programa de TV do PSB, sem deixar claro quem era o candidato, favoreceu mais a ex-senadora, que cresceu mais que o aliado.
Outra via Quem mais perde espaço com a entrada de candidatos nanicos no páreo é Campos. O pernambucano perde 29% de seu índice de intenção de voto quando ha mais postulantes, enquanto Dilma e Aécio encolhem apenas cerca de 11%.
Olho no mapa O baixo desempenho de Dilma no Sul do país já estava no radar da oposição, em pesquisas internas. Nos três Estados da região, Aécio e Campos disputam os mesmos palanques.
Volta? Embora lidere com folga no cenário em que aparece como candidato e seja o principal cabo eleitoral, Lula apresenta leve oscilação negativa nos últimos três levantamentos do Datafolha.
Folia Aliados de Campos usam uma expressão regional para designar a habilidade do ex-governador de projetar candidatos pouco conhecidos —como os “postes” de Lula. “Eduardo é bom de botar boneco”, diz um deles, em referência aos mamulengos do Carnaval de Olinda.
Cada um… Petistas contam com os ataques de Paulo Skaf (PMDB) ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) como parte da estratégia para levar Alexandre Padilha (PT) ao segundo turno na eleição para o governo de São Paulo
… na sua Embora os coordenadores da campanha digam não ter feito contatos diretos com o peemedebista, um pacto de não agressão está no horizonte.
Mãozinha 1 O DEM quer regionalizar a exibição de suas inserções nacionais, em maio, para alavancar Alckmin em São Paulo. A sigla pretende colocar deputados federais exaltando programas do tucano no Estado.
Mãozinha 2 A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, sob comando do DEM, é responsável pelas Fatecs, vitrine de Alckmin. Os spots locais vão na mesma linha.
Refresco Em meio à crise hídrica, dois executivos da Sabesp, João Paulo Papa (PSDB), ex-diretor de Tecnologia, e Edson Giriboni (PV), ex-secretário de Saneamento, deixaram a estatal para disputar as eleições.
TIROTEIO
“A ‘CPI do fim do mundo’ que o PT quer fazer não tem cabimento. Não se pode fazer investigação movida por revanchismo.”
Do deputado Danilo Forte (PMDB-CE), sobre a proposta de investigação que engloba temas como a Petrobras, o porto de Suape e o cartel do metrô paulista.
CONTRAPONTO
BOLA DIVIDIDA
Em reunião com aliados na véspera do anúncio de sua decisão sobre o impasse das CPIs apresentadas no Congresso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comparou sua posição com a anedota de um juiz que começou a trabalhar em uma comarca do interior.
Em seu primeiro dia, prosseguiu Renan, o magistrado recebeu uma petição de um advogado famoso na região e ficou impressionado. No dia seguinte, um advogado ainda mais famoso apresentou uma defesa sobre o mesmo caso. O juiz então ponderou:
— Nesse caso, não vai ter jeito. Vai ter que dar empate…