Dilma muda pol�tica e reduz idas ao exterior

Publicada em 05 de Maio de 2014 �s 21h20

Em 2011, quando assumiu o governo, a presidente Dilma Rousseff avisou que n�o pretendia dedicar tanto tempo a viagens internacionais, como fizeram os seus dois antecessores. Ningu�m no Itamaraty imaginava, por�m, que a mudan�a seria t�o dr�stica. Nos seus tr�s primeiros anos, Dilma recebeu um ter�o dos presidentes e fez pouco mais da metade de viagens na compara��o com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, no mesmo per�odo de mandato A redu��o incomoda diplomatas e at� mesmo correligion�rios, que reclamam de ver o Brasil perder a influ�ncia constru�da em oito anos de governo Lula. saiba mais Presidente do PT formaliza candidatura de Dilma � reelei��o Dilma anuncia corre��o da tabela do IR e reajuste no Bolsa Fam�lia Dilma interrompe discurso para responder a manifestantes no PA Dilma defende pol�tica de conte�do nacional da Petrobras Ind�stria naval gera riquezas e empregos para o Pa�s, diz Dilma Leia mais sobre Dilma Rousseff Assessores mais pr�ximos da presidente creditam a escassez de visitas de Estado ao pa�s � agenda apertada e ao aumento na quantidade de c�pulas a que os mandat�rios hoje precisam comparecer, o que facilita encontros bilaterais. Dilma, por�m, nunca escondeu a pouca paci�ncia com os meandros da diplomacia. Para marcar uma viagem ou uma visita, diplomatas precisam suar para convenc�-la. Por causa do estilo, o foco da pol�tica externa de Dilma nesses tr�s primeiros anos passou longe da ideia de "caixeiro-viajante", como Lula costumava se autointitular. Em meio a suspeitas de que os Estados Unidos espionaram a Petrobras e at� comunica��es dela pr�pria, a presidente acabou voltando seus esfor�os externos a discuss�es sobre soberania e governan�a global da internet. Nos seus tr�s anos de governo, Dilma recebeu presidentes 21 vezes - alguns deles, como Cristina Kirchner, da Argentina, Jos� Mujica, do Uruguai, mais de uma vez. Em alguns casos, em visitas quase informais, como quando Mujica foi apenas jantar com a presidente no Pal�cio do Alvorada em uma visita que s� foi anunciada no dia seguinte, em uma nota do Pal�cio do Planalto. Em seus primeiros tr�s anos de governo, Lula havia recebido 63 visitantes. Fernando Henrique Cardoso, 50. Estoque O estoque de pedidos de visitas, tanto ao Brasil quanto para que a presidente v� a outros pa�ses, alcan�a algumas dezenas. Mesmo na Am�rica do Sul, supostamente a prioridade da sua pol�tica externa, Dilma ainda n�o foi a todos. Uruguai, Argentina, Paraguai e Venezuela, os parceiros do Mercosul, receberam aten��o especial. Dilma tamb�m j� foi tr�s vezes ao Peru - uma delas, para a C�pula Am�rica do Sul-Pa�ses �rabes -, mas Bol�via e Equador ainda esperam uma aten��o, e t�m cobrado. Col�mbia, Guiana e Suriname tamb�m n�o est�o nos planos, assim como n�o h� men��o de um volta pelo Caribe, t�o caro a Lula e com quem o Brasil aumentou exponencialmente os neg�cios. A necessidade de ver um fim pr�tico para as visitas e viagens j� deixou o Brasil em situa��es dif�ceis, segundo diplomatas. Em 2012, Dilma n�o queria ir para a C�pula ASPA, em Lima, um grupo criado e incentivado pelo Brasil - terminou convencida na �ltima hora. Em 2011, na sua primeira visita � �frica, s� concordou em ir a Angola e Mo�ambique depois do encontro IBAS (�ndia, Brasil e �frica do Sul), em Pret�ria, uma semana antes. Presidentes, diplomatas e ministros dos pa�ses visitados tiveram que cancelar compromissos e viagens para atender a comitiva brasileira. A prefer�ncia da presidente � por encontros em que acredita haver resultados pr�ticos e impacto mundial, como o G20 - encontro dos 20 pa�ses mais ricos do mundo - e os Brics (Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul), al�m da Assembleia das Na��es Unidas, em Nova York, quando fez o discurso pela governan�a global na internet e cobrou duramente o presidente dos EUA, Barack Obama. Nas viagens, Dilma tem por h�bito fazer diversos encontros bilaterais curtos. Assessores pr�ximos explicam que essa � sua prefer�ncia e que acredita ser suficiente. Os diplomatas afirmam que Dilma consegue bons resultados. Objetiva, a presidente costuma cobrar sem problemas respostas para assuntos que n�o evoluem e passar recados duros. Em Bruxelas, na �ltima c�pula Brasil-Uni�o Europeia, deixou claro ao outro lado que n�o gostou das amea�as da Uni�o Europeia de questionar a zona franca de Manaus, por exemplo. Insubstitu�vel O embaixador S�rgio Danese, subsecret�rio-geral de Comunidades Brasileiras no Exterior, sustenta que as viagens de presidentes em encontros s�o uma for�a "quase insubstitu�vel" na promo��o dos interesses brasileiros. Um dos pontos essenciais, defende o embaixador, s�o as visitas de Estado, seja recebendo, seja viajando a diferentes pa�ses. Al�m disso, afirma Danese, as viagens e visitas do presidente colaboram para n�o apenas promover os interesses do Pa�s, mas elevar o n�vel de participa��o do Brasil nos foros decisivos e ampliar parcerias.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:

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