O episódio serviu para Dilma improvisar o discurso.
A onda de greves que atinge o País chegou às portas da presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira. Antes de iniciar seu discurso em evento com Organizações Não-Governamentais (ONGs), em um centro de convenções de Brasília, Dilma foi surpreendida por um grupo do sindicalistas que pedia a abertura de negociações com o governo.
Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarO episódio serviu para Dilma improvisar o discurso. Dilma iniciava sua fala, para uma plateia de cerca de mil pessoas, quando sete filiados ao Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica carregando faixas de greve interromperam a presidente e passaram a gritar palavras de ordem.
"Todos somos democráticos, vocês têm todo o direito de se manifestar. Nós vamos negociar, que é a melhor forma”, disse a presidente, dando a senha para a segurança retirar os grevistas do auditório.
O episódio serviu para Dilma improvisar o discurso. Ela passou a enaltecer os feitos do governo na área social e criticou a imprensa por, segundo ela, passar uma visão pessimista do Brasil.
"O Brasil não é feito por aquilo que aparece na mídia, o Brasil é feito por milhões de movimentos, organizações, de pessoas anônimas que lutam para construir um processo de participação de defesa dos seus interesses, e de fato, esse conjunto de pessoas, esse conjunto de pessoas, ele não aparece", disse a presidente.
Reforma política
Durante a assinatura do decreto que institui a Política Nacional de Participação Social, que propõe fortalecer o diálogo entre o governo e a sociedade civil, Dilma também aproveitou para ressaltar que não é possível fazer uma reforma política sem participação popular. Durante as manifestações do ano passado, a presidente foi à televisão propor cinco pactos, entre eles o envio de um projeto de reforma política ao Congresso Nacional que não andou.
"O meu governo enviou para o Congresso uma proposta de transformação que tinha como ponto base a consulta popular. Não foi aprovada. E acredito que esta é uma questão que todos nós temos de agarrar com as duas mãos, governo e sociedade, e levarmos à frente com base na consulta popular. Eu tenho isso arraigado nas minhas convicções. Não haverá reforma política se não tiver nesse processo participação social. Não haverá”, afirmou a presidente.