A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (19), em declaração à imprensa ao lado do primeiro-ministro sueco Stefan Löven, em Estocolmo, que não acredita em processo de ruptura institucional no Brasil.
A frase foi dita por Dilma após a presidente ser questionada, por uma jornalista sueca, sobre o risco de um eventual impeachment e se a crise política poderia afetar a compra pelo Brasil dos caças Grippen, da sueca Saab.
"Sobre a questão política, te asseguro que o Brasil está em busca de uma estabilidade política e não acreditamos que haja qualquer processo de ruptura institucional. Nós somos uma democracia e temos tanto um Legislativo, quanto um Executivo e um Judiciário independentes e que funcionam em autonomia e harmonia. Não acreditamos que haja nenhum risco de crise política mais acentuada", afirmou a presidente.
A Suécia é a primeira parada de Dilma na viagem oficial à Escandinávia. Ao longo do dia, ela cumpre compromissos em Estocolmo, como uma reunião com a prefeita da cidade, e depois em Linköping, onde visitará a Saab, empresa fabricante dos caças Gripen, comprados pelo Brasil. À noite, ela vai para Helsinque, capital da Finlândia.
A oposição ao governo apresentou no Congresso pedidos de impeachment da presidente. Até agora, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-Rj), responsável por autorizar uma abertura de processo, arquivou todos. Na quinta-feira (15), os juristas Miguel Reale Jr. e Helio Bicudo, além de parlamentares da oposição, registraram em cartório um novo pedido de saída da presidente. Eles alegam irregularidades na gestão das contas do governo.
Economia
A presidente também falou, na declaração ao lado do primeiro-ministro sueco, sobre a crise na economia brasileira. Dilma voltou a afirmar, a exemplo do que tem feito em declarações recentes, que o Brasil não tem problemas estruturais que possam levar a uma crise profunda, e que os problemas do país são conjunturais.
"Nós não temos bolha de crédito. Não temos processo estrutural que leve o Brasil a uma crise profunda. Acredito que a crise do Brasil é conjuntural e está sendo enfrentada", afirmou a presidente.
Ela também disse que o momento econômico do país não vai afetar a compra do caças Gripen, realizada entre o governo brasileiro e a empresa sueca. Dilma tem uma visita marcada à sede da companhia nesta segunda.
"Eu não acredito que a questão da crise econômica terá qualquer impacto sobre os contratos dos Gripens. Vamos lembrar que tanto a Europa quanto os Estados Unidos passaram por uma forte crise de proporções fortes nos anos de 2008 e 2009 e todos os contratos foram mantidos. Não vejo razão para que isso não ocorra com o Brasil", disse.
Depois da declaração ao lado do primeiro-ministro Löven, Dilma fez um discurso na abertura do Fórum Empresarial Brasil-Suécia. Aos empresários, ela disse que o Brasil continua "atraente" para investidores.
O Brasil continua a ser uma opção segura e atraente para investimentos. Somos um país que oferece grandes oportunidades e possui ambiente de negócios sofisticado e seguro. Somos uma grande democracia", disse Dilma.