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Dilma deve se pronunciar nas r

Dilma deve se pronunciar nas redes sociais ainda nesta sexta-feira.

Publicada em 15 de Abril de 2016 �s 21h42


BRASÍLIA - O Palácio do Planalto cancelou o pronunciamento em cadeia de rádio e TV que a presidente Dilma Rousseff faria na noite desta sexta-feira para defender seu mandato. A presidente, porém, deverá se pronunciar nas redes sociais ainda na noite desta sexta-feira. O recuo quanto ao pronunciamento em rede de rádio e TV ocorreu por uma questão de "eficácia política", segundo a Secretaria de Comunicação Social.

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"A decisão de veicular a mensagem por meio de cadeia de rádio e TV havia sido tomada pela Secom. Após avaliação sobre a estratégia mais adequada para o momento, decidimos que o vídeo da presidente alcançaria seus objetivos se amplamente veiculado pela internet", explicou a assessoria da presidente Dilma.

A decisão foi tomada depois que o partido Solidariedade entrou com uma ação na Justiça Federal para impedir a veiculação da fala de Dilma. O Planalto resolveu adotar a cautela e quer aguardar os desdobramentos dessa ação para então decidir o destino do pronunciamento. A avaliação dentro do governo é que se a Justiça Federal barrasse o pronunciamento, geraria mais um fato negativo para Dilma, tudo o que o governo não quer neste momento.

Dilma se reuniu pela manhã no Palácio da Alvorada com seus ministros mais próximos, entre eles Edinho Silva (Comunicação), para fechar o teor das palavras que dirigiria à nação. Até entao, o entendimento era de que valia a pena enfrentar o desgaste dos panelaços para fazer um último apelo para os deputados.

A linha do discurso de Dilma prevista, pela TV ou redes sociais, é o da luta, do combate, da defesa intransigente do seu mandato e da democracia; da legitimidade do voto e da ilegitimidade dos conspiradores. A presidente pretendia conclamar suas bases a permanecerem mobilizadas no combate aos que chama de golpistas. A ideia era incitar a não dar tréguas aos seus adversários, notadamente o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sem citá-los nominalmente.

No texto, havia o apelo para que os deputados façam uma reflexão sobre a responsabilidade que terão nas mãos e o que o impeachment vai representar para a História para tentar influenciar aqueles que ainda estão indecisos.

No pronunciamento, estava também previsto o agradecimento aos 27 deputados que votaram contra o impeachment na comissão especial que analisou o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO).

Dilma não aparece na cadeia de TV e rádio desde fevereiro. Mês passado, diferentemente do que aconteceu nos outros anos, a presidente não fez um pronunciamento no Dia da Mulher. Como em 2015 a fala foi o alvo do primeiro panelaço contra o seu mandato, neste ano, a presidente preferiu utilizar as redes sociais para parabenizar as mulheres, além de uma rápida fala na assinatura da portaria interministerial no palácio do Planalto.

LIMINAR IMPEDE PRONUNCIAMENTO

Nesta sexta-feira, a juíza Solange Salgado, da 1ª Vara Federal de Brasília, concedeu liminar para impedir a convocação de cadeia nacional de rádio e televisão para o pronunciamento da presidente. A liminar foi pedida pelo deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), alegando que o discurso teria cunho meramente político, diante da proximidade da votação do processo de impeachment no plenário da Câmara. A magistrada concordou.

Segundo a juíza, a legislação permite a convocação de cadeia de rádio e televisão quando o assunto a ser tratado for institucional. No caso específico, a presidente utilizaria o mecanismo para pedir apoio contra o impeachment de seu mandato e se defender das acusações da oposição. “A referida convocação de cadeia nacional implica evidente desvio de finalidade, o que se extrai da ‘mens legis’ e da ‘mens legislatoris’ do dispositivo sobredito, qual seja, a veiculação de assuntos de relevante importância e desde que institucionais”, escreveu.

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LULA DIVULGA VÍDEO

Também nesta sexta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou um vídeo nas redes sociais em que diz que o impeachment é golpe e que, se for aprovado, agravará a crise. Ele diz que ninguém que não teve a legitimidade do voto conseguirá governar o país e contará com o respeito da população. O vídeo de Lula é uma estratégia casada com a presidente Dilma, que nesta sexta-feira à noite fará um pronunciamento à nação em cadeia nacional de rádio e TV.

No vídeo, Lula fez um apelo aos deputados que vão votar o processo. Na gravação, ele ataca o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) sem citá-lo nominalmente.

CRISE POLÍTICA NO 'NEW YORK TIMES'

O jornal americano “New York Times” publicou reportagem sobre a crise política brasileira na qual situa como alvos de processos criminais as principais lideranças do processo de impeachment. “Dilma Rousseff é alvo no Brasil de deputados que encaram seus próprios escândalos”, diz o título da publicação, em tradução livre. O jornal sustenta que recaem sobre a maioria dos parlamentares que pedem a destituição acusações de corrupção, fraude eleitoral e violação de direitos humanos — o que levantaria o debate sobre a hipocrisia na política brasileira. No texto, o 'NYT' considera inegáveis o escândalo de corrupção ao qual o PT se envolveu, “a pior crise econômica em décadas” e as “regulares manifestações” nas ruas contra a presidente. Ressalta, no entanto, que no pedido de impeachment a ser votado no domingo não constam denúncias de corrupção, mas sim manobras contábeis para "encobrir buracos no orçamento".

Tags: Dilma deve se pronun - BRASÍLIA - O Palácio

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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