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Dilma defende Graça Foster: Tem méritos inequívocos

Publicada em 11 de Agosto de 2014 �s 16h25


 A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira a presidente da Petrobras, Graça Foster, que pode ter os bens bloqueados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A chefe da estatal responde por irregularidades na aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Mas parece desfrutar da confiança da comandante do Executivo, que concedeu nesta tarde uma entrevista de pouco mais de uma hora a jornalistas do Grupo RBS de Comunicação. A conversa é parte do esforço de campanha da petista à reeleição. Quando indagada sobre a possibilidade de o TCU decidir pelo bloqueio dos bens da presidente da Petrobras, Dilma tergiversou: não respondeu diretamente se demitiria a subordinada. A presidente da República voltou a usar um discurso crítico à "politização" do assunto, falou sobre a retomada da produção de petróleo por parte da empresa e discorreu sobre o pré-sal. Dilma, então, elogiou a chefe da estatal: "Maria das Graças Foster tem méritos inequívocos". No fim, insinuou que as acusações são frágeis: "Acho que tem que ser tomado muito cuidado. Eu não vou fazer nenhum julgamento sobre uma pessoa da qualidade da presidente Maria das Graças Foster baseada em avaliações que eu acho questionáveis", disse a presidente. O ministro José Jorge, do TCU, defendeu na semana passada a indisponibilidade de bens de Graça Foster por considerar que a dirigente participou do processo de compra da refinaria de Pasadena, no Texas. A aquisição dessa unidade de refino é considerada um dos mais desastrosos negócios realizados pela estatal brasileira. Apesar da opinião do relator, apresentada ao Plenário da Corte, o TCU ainda vai dizer, nas próximas semanas, se confirma ou não a indisponibilidade. Caso seja confirmada, Graça não poderá se desfazer de seus bens ao longo do período de investigação, mas continuará recebendo rendimentos, como aluguéis. O atraso na análise do TCU se deve à intensa articulação do Palácio do Planalto, que fez com que o processo fosse retirado de pauta pelo próprio ministro depois de o advogado-geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, ter argumentado que a indisponibilidade de bens seria uma “pena gravíssima” e poderia comprometer a imagem da Petrobras. É a primeira vez que um advogado-geral da União faz pessoalmente uma sustentação oral no TCU. Na entrevista, Dilma evidenciou os argumentos que vai usar durante a campanha para minimizar as revelações de corrupção em seu governo: dizer que, no passado, havia menos casos de irregularidades revelados porque os desvios eram acobertados: "Se você esconder debaixo do tapete todos os malfeitos, todos atos criminosos, todas as ações de corrupção, se o Procurador-geral da República é chamado de engavetador-geral, se a Polícia Federal não tem autonomia, você não vai ver casos muito sistemáticos de investigação, de punição e de evidências de que existe corrução", declarou, em um ataque à gestão do PSDB na Presidência. A chefe do Executivo disse também que se sente incomodada com a impunidade no país. "Toda as pessoas do país que têm um compromisso com ele têm de ficar incomodadas", disse. "Eu sempre acho que nós podemos fazer melhor". Durante boa parte da entrevista, a presidente abordou temas locais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Ela afirmou que não pensa em reduzir as parcelas das dívidas que os Estados têm com o governo federal, como defendeu Aécio Neves (PSDB). "Não tem como elevar superávit primário reduzindo o pagamento de dívida. Então, tem alguém falando para o mercado uma coisa e para a sociedade outra. Nós temos uma opção clara: a redução dos níveis de indexação, ou seja, das taxas de juros", disse ela. Cobrada por obras que estão fora do ritmo previsto, Dilma prometeu tratar como prioridade, em um eventual segundo mandato, a simplificação da burocracia necessária para grandes empreendimentos: "Uma das questões fundamentais para o meu próximo governo é simplifcar os processos de realização de obras. Não para não fiscalizar, não para deixar de respeitar o meio ambiente, mas para poder realizar as obras que o Brasil precisa com a rapidez que o Brasil precisa".

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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