A presidente Dilma Rousseff desembarcou na manhã desta sexta-feira (20) em Roma e foi recebida por representantes do Vaticano. Mais tarde, a presidente tem agendado um encontro com o Papa Francisco, no Vaticano.
Além do encontro com a Papa, às 19h30 (15h30 no Brasil), a presidente participará, no sábado, da cerimônia que oficializará o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, como cardeal.
O diplomata Carlos Antônio Paranhos, subsecretário do Ministério de Relações Exteriores, afirmou que a viagem representará uma "intensificação do diálogo" entre o Papa Francisco e Dilma.
"O Papa constitui hoje, no plano internacional, uma voz cada vez mais atuante na promoção dos temas caros ao Brasil, como a inclusão social, o combate à pobreza e a luta contra discriminação", justificou.
Ela destacou também a importância de Dom Orani Tempesta e de a presidente prestigiá-lo no consistório, cerimônia na qual os cardeais são oficializados. Paranhos lembrou que Tempesta foi um dos grandes articuladores da Jornada Mundial da Juventude, em julho de 2013, no Rio de Janeiro, primeiro grande evento do Papa Francisco.
O consistório está marcado para sábado (20), às 11h. Os cardeais receberão os cumprimentos na parte da tarde. No domingo (23), o Papa Francisco celebrará uma missa na Basílica de São Pedro, da qual Dilma também participa.
Encontro bilateral
Antes de se reunir com o papa, Dilma tem um encontro marcado com o presidente italiano Giorgio Napolitano.
O subsecretário do Ministério das Relações Exteriores refutou qualquer possibilidade de a presidente falar sobre a extradição do brasileiro Henrique Pizzolato, condenado pelo mensalão, que fugiu pela Itália e está preso na Itália. "O processo, digamos assim, de solicitação de extradição tem suas vias próprias", explicou Paranhos.
No encontro, os dois chefes de Estado irão conversar sobre os recentes anúncios de investimentos de empresas italianas no Brasil, entre as quais TIM e Fiat e a companhia de energia Enel e sobre a ampliação do apoio bilateral entre pequenas e médias empresas. Discutirão ainda parcerias nas áreas de energia, defesa e espacial.
Dilma também tratará do aumento do número de bolsistas do programa Ciência Sem Fronteiras na Itália. O Brasil já enviou 2,2 mil estudantes para o país, o que mais recebeu alunos de graduação desde 2013.
União Europeia
De Roma, no domingo (23), a presidente segue para Bruxelas, onde na segunda-feira (24) participa da VII Cúpula Brasil-União Europeia. Ela terá um encontro reservado com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e depois outro com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
A cúpula vai avaliar os avanços da relação entre o Brasil e o bloco. Será examinado o projeto de ligação entre o Brasil e União Europeia com cabos de fibra ótica, com benefício paras as área de educação, comércio, pesquisa, inovação e para a segurança da internet.
Dilma aproveitará para abordar o tema da governança na internet, e convidar os países a participarem do seminário que o Brasil organizará em abril sobre o tema, reunindo chefes de Estado, empresas e representantes da sociedade civil.
Faz parte da programação um almoço oferecido pela alta cúpula europeia e uma participação na cerimônia de encerramento da VII Cúpula Econômica Brasil-União Europeia, organizada pela confederações nacionais da Indústria (CNI) e da Agricultura (CNA) e entidades análogas europeias.
Além disso, está previsto um encontro com o primeiro-ministro belga Elio Di Rupo e, se houver espaço na agenda, um encontro com o Rei Felipe, da Bélgica.