O presidente americano, Barack Obama, disse neste sábado (9) que acredita que o Reino Unido saíra da União Europeia (UE), apesar das especulações de que a decisão do referendo fosse revertida. Mais cedo, o governo britânico respondeu que não haverá uma nova consulta, após mais de quatro milhões de cidadãos assinarem uma petição.
"Acho que devemos presumir que um referendo que passou com muita atenção, uma longa campanha e uma participação relativamente alta vai acontecer", respondeu Obama, quando questionado sobre a possibilidade de que o Reino Unido faça uma nova votação.
"Permaneceremos amigos, aliados, sócios, e continuaremos tendo relações fortes em ambos os lados do Canal [da Mancha]", afirmou o presidente americano, em uma coletiva de imprensa na cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Varsóvia.
"Nosso interesse principal é ter certeza de que as negociações e esse processo ocorram da forma mais ordenada e sensível possível", acrescentou.
Obama afirmou ainda que a Europa "sempre" pode contar com os Estados Unidos, "tanto nos bons quanto nos maus momentos".
4 milhões de assinaturas
A petição enviada ao governo britânico solicitava "ao governo aplicar uma regra segundo a qual se a votação de permanência ou saída (da UE) for baseada em menos de 60% dos eleitores, com um índice de participação inferior a 75%, então outro referendo deve ser convocado".
No dia 23 de junho, 17,4 milhões de britânicos votaram a favor da saída do Reino Unido da União Europeia (51,9%), contra 16,1 milhões que votaram pela permanência no bloco. O índice de participação foi de 72,2%
Momento 'crucial' da Otan
Sobre a Otan, o presidente americano avaliou que a aliança de 28 países se encontra em um "momento crucial". "Em quase 70 anos de Otan, talvez nunca tenhamos enfrentado tantos desafios ao mesmo tempo, de segurança, humanitários, políticos", enumerou.
Obama mencionou a ameaça do grupo extremista Estado Islâmico, a intervenção russa na Ucrânia, a pior crise migratória na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial e, finalmente, a decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia.
"Nesse momento de desafios, quero aproveitar a oportunidade para dizer claramente o que não vai mudar nunca: o inabalável compromisso dos Estados Unidos com a segurança e com a defesa da Europa", garantiu.
Ao mesmo tempo, porém, Obama advertiu que os aliados da Otan também têm de fazer sua parte – devem, especialmente, assumir o compromisso de reverter anos de cortes e destinar 2% da produção econômica anual para os gastos com defesa.
Ataque em Dallas
O presidente norte-americano também disse que o militar veterano negro dos Estados Unidos acusado de ter matado cinco policiais em Dallas não representa os afro-americanos.
As autoridades disseram que Micah Johnson, um militar veterano do Afeganistão de 25 anos que afirmou querer “matar pessoas brancas”, lançou um ataque com tiros de longa distância que mataram 5 policiais e feriram outras 9 pessoas em uma manifestação em Dallas.
O atirador foi morto pela polícia com um robô carregado de explosivos, após ele ter sido encurralado em um estacionamento.