Desfalcada de quase um terço de seus atletas devido ao veto de federações internacionais, a delegação da Rússia desembarcou no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) no início da noite desta quinta-feira. Em voos fretados, cerca de 150 competidores dos 387 inicialmente convocados para a Olimpíada do Rio chegaram à cidade. A comitiva contou ainda com membros de comissões técnicas e oficiais. A vinda dos demais atletas que permaneceram em solo russo ainda segue indefinida.
- São 150 atletas russos e o restante vai aguardar algumas decisões - disse um dos representantes do Comitê Russo no Brasil.
Na chegada ao Rio, os atletas fotografaram torcedores, acenaram bastante, mas não falaram com a imprensa. Um grupo de residentes no Brasil fez festa no saguão do aeroporto com a chegada dos compatriotas que receberam sinal verde para disputarem os Jogos Olímpicos.
No início da semana, três equipes do país já haviam se instalado na Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca: ginástica artística, esporte em que o país possui muita tradição, tiro esportivo e remo – justamente uma das equipes que mais sofreu baixas. Dos 28 inicialmente inscritos para os Jogos, apenas seis seguem elegíveis.
O principal golpe, no entanto, foi o banimento imposto pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) - e confirmado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) -, que impediu a participação de 67 atletas, incluindo a bicampeã olímpica e recordista mundial do salto com vara feminino, Yelena Isinbayeva, que recebeu resposta negativa da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, em inglês) e confirmou a não ida dela aos Jogos do Rio. Em Londres, o atletismo havia sido responsável por quase um terço das medalhas de ouro do país.
A natação teve sete atletas barrados, enquanto o pentatlo moderno teve dois nomes cortados, e a vela, uma baixa – neste último caso, no entanto, a federação pôde indicar outro competidor para ocupar a vaga.
Os vetos foram impostos a atletas com algum histórico de doping na carreira, mesmo que tenham cumprido suas sanções, ou que tenham sido citados no relatório da comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada). O documento de 103 páginas, apresentado pelo professor Richard McLaren, mostrava como o controle do uso de substâncias proibidas era fraudulento na Rússia, estendendo-se a mais de 30 esportes e com apoio do governo.
A Wada recomendou a exclusão total do país dos Jogos Olímpicos e Paralimpícos do Rio, mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) lavou as mãos e deixou a decisão a cargo de cada federação internacional. Como nem todas se pronunciaram até o momento, o número de atletas cortados pode subir.