Mesmo com a grave crise econômica que o país enfrenta, com redução de gastos em vários setores, os deputados estaduais do Piauí acompanharam o aumento salarial dos deputados federais e reajustaram os próprios salários em 25%. Cada parlamentar ganhava até o mês de fevereiro R$ 20 mil, mas com o reajuste passam a receber R$ 25 mil por mês.
Segundo o deputado Themistocles Filho (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa, o aumento é baseado no salário dos deputados federais. “Quem estabelece o critério é a câmara federal e apenas obedecemos ao que é estabelecido em Brasília”, argumentou.
O impacto na folha de pagamento foi de mais de R$ 750 mil neste mês. Os gastos com deputados não estão apenas nos salários, mas na verba de R$ 80 mil cada, que recebem todos os meses para manter gabinetes funcionando. Além disso, eles têm direito a verba indenizatória, ou seja, ressarcimentos feitos nas atividades parlamentares.
Cada deputado tem direito a R$ 32 mil por mês com as verbas que ajudam nas despesas parlamentares. O deputado que mais gastou foi Evaldo Gomes (PTC). Em 2014 ele recebeu R$ 383.999 com as verbas indenizatórias. “Se eu tiver gasto isso eu fiz exercendo o meu mandato. Os teresinenses me conhecem, essa verba é para o exercício do mandato e eu faço política é quase 24 horas em benefício da população”, disse o político.
O que mais economizou foi Nerinho (PTB), que ao longo de 2014 gastou R$ 267.645. “Durante o período eleitoral, naquele momento em que eu não estava exercendo o mandato de parlamentar, eu não usava verba indenizatória. Acho que por isso que pode ter diminuído”, falou o deputado.
Apesar dos legislativos direito a R$ 32 mil por mês em verba indenizatória, alguns deputados passam desse limite. A deputada Belê Medeiros, por exemplo, no mês de outubro gastou R$ 90.796. O presidente da Alepi disse que isso acontece porque os deputados podem reduzir gastos em um mês para usá-los nos meses seguinte. “Nenhum deputado ultrapassa, agora tem parlamentares que preferem juntar até três meses para apresentar as notas ao setor competente na Assembleia”, falou.
Segundo Valter Carvalho, cientista político, explicou que os valores colaboram para piorar a imagem do parlamento, principalmente em meio a crise econômica do Piauí. “Esse seria o momento do parlamento dar exemplo. Mesmo porque não existe obrigação legal para que haja esse aumento”, contou.