Deputado estadual Luiz Moura (PT)
O deputado estadual Luiz Moura (PT-SP), que participou de uma reunião com suspeitos de integrar a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em março deste ano, foi alvo de uma ação judicial por contravenção penal por ter mantido máquinas caça-níqueis em um posto de combustíveis do qual era dono. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira pelo site do jornal O Estado de S.Paulo.
Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarDeputado estadual Luiz Moura (PT) Moura, que mantém atualmente quatro postos de gasolina, foi sócio de outro estabelecimento onde foram encontradas duas máquinas de jogos eletrônicos. Os equipamentos foram apreendidos pela Polícia Civil em 2007. Moura afirma que o posto, localizado a Avenida Cupecê, na Zona Sul da capital paulista, não é mais sua propriedade e que os caça-níqueis teriam sido instalados por um homem que gerenciava o negócio. A exploração de jogos de azar é uma infração penal passível de punição com pena de prisão simples ou multa.
Levado para averiguação na delegacia, o frentista Marcio Junger Santos, único funcionário que trabalhava no local no momento em que a polícia fez a apreensão, afirmou que não conhecia o verdadeiro dono do posto e que o único responsável que poderia informar sobre as máquinas seria um gerente.
Pouco mais de um ano e meio após a apreensão, em 17 de março de 2009, o delegado José Ademar de Sousa, do 43º Distrito Policial, ouviu Moura que, à época, ainda não exercia mandato parlamentar. O petista declarou à Polícia que quem administrava o estabelecimento era o gerente apontado pelo frentista, mas não soube informar seu paradeiro. Moura afirmou ainda que em março de 2009 já tinha abandonado a sociedade no posto de combustível.
O deputado foi eleito em 2010 e assumiu cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo em 2011. Em 2010, o advogado de Moura solicitou ao juiz da 2ª Vara Criminal de Santo Amaro que, como até aquela data não fora juntado laudo pericial das máquinas, a Justiça decretasse a prescrição antecipada e o arquivamento do processo. Por causa da demora em ser analisada pela Justiça, a ação acabou prescrevendo e foi extinta pelo juiz.
Investigação – A polícia investiga Moura pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro em inquérito sobre o suposto envolvimento de perueiros com ações do Primeiro Comando da Capital (PCC). A suspeita é de que vans clandestinas, usadas para transportar passageiros, estejam em nome de laranjas para lavar dinheiro do crime organizado. Políticos do PT seriam ligados aos cooperados, entre eles Moura. A Executiva do PT paulista criou uma comissão para ouvir o deputado a respeito das denúncias que envolvem seu nome.