Defendendo uma urgente descentralização do sistema de saúde pública para o Brasil, o deputado Francisco Ramos (PSB) afirmou que a municipalização criada em 1996 pelo governo Federal provocou danos expressivos ao sistema destinado a população carente do país, ressaltando que a implantação do programa na época não conseguiu resolver até hoje o problema de saúde pública do Brasil.
O parlamentar relatou que a municipalização adotada pelo governo federal não será capaz de resolver o que qualificou como “caos”, na atual saúde o país. Ele explicou que há mais de 10 anos a classe médica tenta discutir a substituição da municipalização pela descentralização da saúde pública, reiteradas vezes defendidas por ele na própria casa legislativa. ”A municipalização de 1996 não resolveu os problemas de saúde do Brasil e isso pode se perceber com a falta de leitos nos hospitais públicos do país, além da precariedade que a saúde se tornou”, lamentou.
A falta de infraestrutura nesses hostais é a principal deficiência do sistema, motivo que avalia como ineficaz a atuação do programa Mais Médicos no Brasil. “Não adianta importar médicos cubanos para trabalhar no interior do país se o problema consiste na falta de infraestrutura para atender esses profissionais”, criticou.
Questionando os resultados do Mais Médicos, o deputado considerou como um equívoco eleitoreiro, que resultou numa manobra de estratégia política para segurar a popularidade da presidente Dilma. Para ele, desde 2012 o programa era estudado pela presidente, mas as manifestações sociais ocorridas em julho desse ano influenciaram a presidente a tomar essa decisão que, de acordo com Ramos, não mostrou a que veio até o momento.
“A corrupção e falta de gerenciamento da saúde pública no país são fatores pertinentes que precisam ser analisados pelos brasileiros”, conforme destacou em aparte do deputado Irmão Elias (PSDB), enfatizou lamentando a “lastimável” estrutura dos hospitais públicos do Brasil, inclusive da capital do Brasil.
Defendendo o trabalho dos médicos cubanos, a deputada Rejane Dias (PT) acrescentou em aparte que os estrangeiros são comprometidos com uma “saúde de qualidade”, conclusão que tirou quando fez uma viagem aquele país, ainda durante o governo de Lula.