Por falta de verbas, o Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato pode fechar as portas. A informação foi dada pela arqueóloga Niéde Guidon, que cuida do local desde a década de 70.
O parque com mais sítios pré-históricos das Américas corre risco de ficar abandonado por falta de recursos. Sem fonte fixa de renda, o local depende de repasses eventuais dos governos, além de parcerias e doações. E o dinheiro recebido não tem sido suficiente para cobrir o custo.
"Estou acreditando que não adiantou nada temos feito um parque de primeiro mundo no Piauí. A própria Unesco disse que dos parques com artes rupestres, este era o mais bem estruturado do mundo. Isso poderia transformar o Piauí, pois já é conhecido como estado mais pobre do Brasil. Poderíamos ganhar com o turismo, mas parece que não deu nada certo", lamentou.
Em 2003, o Parque tinha 270 funcionários e hoje são menos de 100. Das 28 guaritas, apenas 12 funcionam e isso trouxe prejuízos. “Quando demitidos os guardas das guaritas pessoas entraram e roubaram placas solares, como não temos energia pública, colocamos equipamentos que capitassem a luminosidade e produzissem energia, mas estes foram roubado. Levaram canos e móveis. Foi um prejuízo terrível”, lembrou a arqueóloga.
Mario Afonso trabalha como guarda do Parque e teme os prejuízos que o local possa ter sem vigilância. O parque vai ficar menos assistido, já que um funcionário vai se comprometer com vários serviços.