RIO - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, criou nesta quinta-feira uma conta no Instagram, rede social que figura entre as mais utilizadas pelos brasileiros. O perfil é o segundo administrado por Moro na internet: em abril do ano passado, quatro meses após assumir a pasta no governo do presidente Jair Bolsonaro, ele chegou ao Twitter e, até hoje, já ganhou quase 2 milhões de usuários.
As duas únicas contas que Moro segue no Instagram até o momento são a do próprio ministério e de Bolsonaro. Em uma hora no ar, o ministro ganhou 30 mil seguidores e seu vídeo foi comentado mais de sete mil vezes. A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, já aparecem como seguidores da nova página.
Segundo o próprio Moro, a chegada ao Instagram atende a um pedido da mulher dele, Rosangela Moro.
— A pedido da minha esposa, estou finalmente entrando no Instagram. É uma forma de prestar contas à sociedade. Isso no dia 23 de janeiro, provando que esse perfil é meu mesmo. Muito obrigado — afirmou Moro em seu primeiro vídeo publicado na rede. Nas imagens, ele mostra um calendário no qual está destacada a data de hoje.
Enquanto era juiz da 7ª Vara Federal Criminal de Curitiba e responsável por casos da Operação Lava-Jato, Moro não estava entre as autoridades do poder Judiciário que mantêm contas em redes sociais. Depois da transição para o poder Executivo, no entanto, o ministro começou a publicar mensagens sobre a atuação de sua pasta.
Em pouco mais de 700 tuítes até agora, Moro tem desenhado um perfil cada vez mais político para si. Desde quando ingressou na rede social, ele reduziu a frequência de postagens sobre ações de governo e aumentou a carga de elogios, críticas e posicionamentos sobre temas variados, desde a soltura do ex-presidente Lula até índices de criminalidade no país.
Análise do GLOBO a partir das publicações de Moro no Twitter apontou, no início de janeiro, que o ministro usou a rede social de forma mais opinativa nos últimos meses. Em dezembro, por exemplo, a conta dele somou 25 tuítes em que predominaram opiniões, por exemplo, sobre o decreto do indulto natalino, a sanção à figura do juiz de garantias e a escolha do próprio Moro como uma das personalidades da década por um jornal britânico. Já no mês de estreia na rede social foram apenas 14 postagens com esse perfil, a maioria rebatendo críticas ao pacote anticrime.