Publicada em 22 de Abril de 2016 �s 09h58
O complexo cultural formado pelo Club dos Diários e pelo Theatro 4 de Setembro passa a funcionar em sua plenitude, com todos os espaços restaurados e abertos ao público. Essa é a primeira vez, em 50 anos, que esse patrimônio cultural piauiense funciona dessa forma. Para tanto, foram investidos cerca de R$ 850 mil na restauração de todo o complexo. A última etapa, que incluía o Theatro 4 de Setembro, foi entregue nessa quinta-feira (21), com uma maratona cultural que começou às 6h30 e se estendeu até as 22h.
Durante a noite, a casa de espetáculos recebeu a visita do governador do Estado, Wellington Dias, que, na companhia do secretário estadual da Cultura, Fábio Novo, conheceu as novas instalações do teatro. “Esse é um momento muito especial para a nossa cultura. É a primeira vez, em 50 anos, que o complexo funciona na sua totalidade. Com a obra, os funcionários ganharam melhores condições de trabalho. Para os artistas, todos os 11 camarins foram reformados. Cada detalhe foi restaurado. Vida longa a esta casa, símbolo da nossa cultura”, diz o secretário Fábio Novo.
Durante o ‘tour’ pelo teatro, os convidados conheceram a Sala de Oficina Permanente de Teatro “Procópio Ferreira”, que estava fechada há quatro anos. A sala “Chico Pereira”, que também estava desativada, foi devolvida ao público e agora vai funcionar como um auditório, com capacidade para 100 pessoas. Nos camarins, móveis novos, climatização e a homenagem a vários artistas que já passaram pela casa.
“Temos um complexo que não podemos desprezar. O próximo passo é dialogar com prefeitura e iniciativa privada no sentido de transformar essa área num grande centro cultural, como já faz parte da história da Praça Pedro II. A cultura tem que ser priorizada, pois é parte do desenvolvimento humano”, destaca o governador Wellington Dias.
Segundo o coordenador do Complexo, João Vasconcelos, mais de 200 artistas participaram das comemorações durante todo o dia. “Hoje é dia de comemorar. Todos que passaram por esta casa estão admirados e orgulhosos”, completa. A programação começou logo cedo, às 6h30, com a Companhia Talismã de Circo, na praça Pedro II. Em seguida, teve café da manhã no Espaço Osório Júnior, com a participação de vários artistas.
Durante a manhã, também foi aberta a exposição “Sinais de Barro”, de João Borges, e produção de Walfrido Salmito. Teve intervenção de dança com o Balé Popular do Piauí, lançamento do projeto “Cine Proibido Cochilar”, que vai ser realizado no Teatro Torquato Neto, com exibição de filmes. Na sala de ensaios “Camareira Rosalina Silva” teve cena do espetáculo “Diário de uma camareira”, com Wilson Gomes. Já na sala Oficina Permanente de Teatro “Procópio Ferreira” teve apresentação da cena de “Anjo Torto”, de Nelson Rodrigues, sob a direção de Luciano Brandão. Dentro da programação, também houve exibição do filme “Mocambinho”, de Franklin Pires. No café literário Genu Moraes, teve o lançamento do livro “Lirismo antropofágico e outras iscas minimalistas”, de Marleide Lins e Yolanda Carvalho.
No palco do Theatro 4 de Setembro, após a solenidade oficial de entrega da restauração, houve apresentação da Orquestra de Rabecas de Bom Jesus e do show Mulheres, um espetáculo que reúne grandes cantoras piauienses, sob a direção de João Vasconcelos e produção de Carla Ramos. A maratona cultural foi encerrada com show da banda Bia e os Becks, no Espaço Osório Júnior, no Club dos Diários.
Obra
Além da reforma dos camarins, toda a parte administrativa do teatro foi restaurada, incluindo piso, mobiliário e instalações elétricas. O teto de todo o complexo também passou por restauração, com troca de todas as telhas, bem como colocação de uma manta impermeabilizante, para evitar problemas de infiltração nos espaços.
A oficina de Restauração, que faz parte da Secretaria de Estado da Cultura, sob a coordenação do artesão mestre Dico, cuidou de cada detalhe do complexo, restaurando lustres, portas e janelas. A fachada do Theatro ganhou nova pintura e uma iluminação com lâmpadas de led, que ajudam a valorizar seus traços arquitetônicos durante as noites de espetáculos.