Segundo ONG, pelo menos 80% das crianças da Costa do Marfim não frequentam a escola; entre as razões, o trabalho no cultivo de cacau
Imagem: DivulgaçãoSegundo ONG, pelo menos 80% das crianças da Costa do Marfim não frequentam a escola; entre as razões, o trabalho no cultivo de cacau
Em Lisboa, depois de experimentar bebida, clientes de um centro comercial descobriam situação escandalosa sobre a origem do produto
Um anúncio feito pela agência de publicidade BAR, em vez de promover um produto, provocou a repulsa de consumidores. Atores se passaram por divulgadores de uma nova bebida, chamada Inspirit - um chocolate quente - e ofereciam copos de degustação aos clientes de um centro comercial em Lisboa. saiba mais Brasil vai sediar conferência global sobre trabalho infantil Unicef alerta para trabalho infantil como causa significativa do abandono escolar Brasil avança na redução do trabalho infantil, diz OIT Números mostram que o trabalho infantil está subdimensionado Leia mais sobre Trabalho Infantil
A reação dos consumidores era inesperada. Em vez de uma expressão de satisfação ou de indiferença, quem tomava o chocolate quente parecia estar provando algo muito ruim, amargo. E era o que os clientes falavam ao se referirem ao chocolate quente.
Ao final da experiência de degustação, os clientes eram informados da real campanha publicitária por trás da aparente demonstração da bebida.
Tratava-se de um alerta sobre o uso de crianças na colheita do cacau na Costa do Marfim. "Amarga é a vida das crianças que trabalham nos campos de cacau", informava o cartaz aos clientes surpreendidos pela campanha.
Segundo a ONG Get Inspirit (www.getinspirit.org), em torno de 80% das crianças na Costa do Marfim não frequentam a escola. Isso ocorre porque elas têm de trabalhar no cultivo do cacau, ajudar nas tarefas domésticas ou a cuidar dos rebanhos.
Com a campanha, a ONG espera dar publicidade ao caso, sensibilizar os consumidores de chocolate para o problema e arrecadar fundos para a construção de centros de alfabetização.