O Delegado Francírio Queiroz, responsável pela investigação que apura as causas do acidente que vitimou seis pessoas da mesma família na zona rural de Miguel Alves, Norte do Piauí, informou que o carro com as vítimas não caiu da ponte. Ao G1, ele revelou que o veículo desceu o aterro na lateral da estrada até o riacho (assista acima o vídeo do resgate).
"Populares relataram que o motorista passou pela ponte, andou um pouco e decidiu voltar. Antes de chegar na passagem da ponte, o carro desceu devagar o aterro na lateral da estrada até o riacho. Não sabemos se a chuva influenciou no acidente, o riacho também estava com volume muito alto", contou.
O acidente aconteceu no início da tarde da quinta-feira (13) quando a família se deslocava para a casa de parentes na zona urbana de Miguel Alves. Somente na manhã de sexta-feira (14) o carro com os seis corpos foi retirado do riacho.
As vítimas foram identificadas pela polícia como: José Helmo Mesquita de Sousa (motorista), a esposa Leila Mara Sampaio Dias e o filho do casal Everton Mesquita Sampaio. Também estavam no veículo a cunhada do motorista, Lucélia Sampaio Dias, 36 anos, e as duas filhas dela: Pamela Gabriela Dias de Sousa, 17 anos e Evelin Kailane Dias de Sousa, 7 anos.
Para o delegado, a versão de o carro ter deslizado até o riacho é a mais coerente, já que o veículo ficou intactado, diferente se ele tivesse caído de cima da ponte e sofrendo assim impacto. Os vidros e portas da S-10 estavam travados e foram quebrados pelos bombeiros durante o resgate.
"Quando a perícia chegou ao local, o carro já tinha sido retirado, mas fizemos todo o levantamento de como foi o acidente. Apesar das informações, não podemos apontar as causas do acidente. Vamos aguardar o laudo pericial e no decorrer das investigações iremos ouvir as testemunhas e familiares das vítimas", disse.
Um irmão do motorista falou à reportagem da TV Clube que acredita que o irmão possa ter tido um mal súbito e perdeu o controle do veículo. “Acredito que ele tenha passado mal porque já tinha se deslocado e pouco tempo depois resolveu voltar. Acho que foi algo de repente porque não deu tempo nem da mulher dele pegar a direção”, falou Francisco das Chagas Sousa.
Sobre a versão da família do motorista, o delegado Francírio Queiroz frisou que não tomou conhecimento da informação. Segundo ele, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que as vítimas morreram de afogamento e os corpos não apresentavam lesões.
"Infelizmente não pegamos depoimentos de ninguém, porque todo mundo estava consternado com o que aconteceu. Estamos qualificamos esse caso como uma tragédia", comentou Francírio Queiroz.
Velório
Após o resgate dos corpos, uma multidão acompanhou emocionada um velório coletivo das vítimas no ginásio poliesportivo da cidade sob forte comoção dos moradores de Miguel Alves. O sepultamento aconteceu durante a tarde no Povoado Verenos, zona rural do município.
A Prefeitura de Miguel Alves decretou luto oficial de três dias.