JUIZ DE FORA — A defesa de AdélioBispo de Oliveira, liderada pelo advogado mineiro Zanone Manuel de Oliveira Júnior, informou logo após a audiência de custódia que o seu cliente agiu provocado por um discurso de ódio do candidato Jair Bolsonaro. Adélio esfaqueou o candidato à Presidência pelo PSL durante ato de campanha em Minas Gerais. Bolsonaro foi atendido no local e posteriormente transferido para um hospital em São Paulo.
O advogado informou que a declaração de Jair Bolsonaro sobre uma comunidade quilombola, feita no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, em abril de 2017, teria afetado a "psique" de Adélio. A fala, de que os moradores do local não serviriam "nem para procriador", chegou a ser julgada no STF.
— Aquela declaração do candidato de que negro não servia nem para procriar atingiu a psique de nosso cliente. Vamos requerer que um incidente de insanidade mental seja instaurado.
Os advogados também disseram ter concordado com a transferência de Adélio para um presídio federal para assegurar a segurança do autor do ataque.
A defesa também rechaçou a hipótese de que Adélio teria agido em conluio com outras pessoas.
— Ele não nega a autoria do fato e também não traz nenhum partiícipe para o cenário. Não procede o envolvimento de um terceiro como algumas pessoas vêm alegando. A verdade é que ele agiu de maneira escoteira, de forma solitária. Ele sustenta que agiu sozinho por razão política.
A defesa também informou que acredita que o discurso de ódio que teria motivado Adélio, motivação política e a confissão são atenuantes no processo.