Decisões do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, mantiveram nesta quinta-feira (17) as prisões de Jacob Barata Filho, maior empresário de ônibus do Rio, e Lélis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor, pouco depois de o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conceder habeas corpus para soltar os dois.
Barata e Lélis foram presos no início de julho, em desdobramento da Operação Lava Jato no Rio que investiga corrupção no setor de tranportes. Segundo o Ministério Público Federal, os dois participavam de esquema de propinas chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral – também preso e réu em 14 processos.
A decisão de Gilmar Mendes substituiria a prisão por medidas alternativas (veja as medidas cautelares abaixo). Novos mandados, no entanto, foram expedidos. Contra Lélis, ele cita acusação de envolvimento em fraudes nos transportes envolvendo a Prefeitura do Rio.
Contra Jacob, o novo mandado cita acusação de crime de evasão de divisas. Por isso, ele também permanecerá preso.
Jacob Barata Filho foi preso no início de julho (Foto: Reprodução/Globo)
Ao analisar pedido de liberdade, Gilmar Mendes substituiu a prisão por medidas alternativas. Assim, se não houvesse nova decisão, o deputado deveria: permanecer em casa à noite e durante os fins de semana; ficaria proibido de ter contato com outros investigados; não poderia deixar o Brasil e deveria se apresentar periodicamente à Justiça. Além disso, ficaria suspenso de cargos em entidades ligadas ao transporte de passageiros, ramo no qual atua.
Barata e Lélis foram preso no início de julho com base em investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. A força-tarefa encontrou indícios do pagamento de milhões de reais em propina para políticos do Rio, em esquema que seria chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral.
Jacob Barata Filho é filho de Jacob Barata, que atua no ramo dos transportes de ônibus no Rio de Janeiro há várias décadas. O pai do empresário é conhecido como "Rei do Ônibus" e é fundador do Grupo Guanabara, do qual o filho também é um dos gestores.
Várias empresas do conglomerado atuam no transporte de passageiros no Rio, e os negócios da família também se estendem para outras cidades e estados e meios de transporte.
Lélis Teixeira era presidente da Fetranspor até ser preso.