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Da tragédia familiar ao mergul

Da tragédia familiar ao mergulho na política: como os pais de Isabela Nardoni e Henry Borel.

Publicada em 07 de Outubro de 2024 �s 14h53


 Marcados por tragédias familiares, Ana Carolina Oliveira e Leniel Borel foram eleitos vereadores nas duas maiores cidades do país. Mãe de Isabella Nardoni, Ana foi a segunda candidata mais votada de São Paulo, com 129.653 mil votos. “Não tenho palavras para agradecer esse voto de confiança”, disse, logo após o resultado, em vídeo postado nas redes sociais. O pai do menino Henry Borel, por sua vez, conquistou uma vaga como parlamentar municipal no Rio de Janeiro, com 34.359 votos.

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Os dramas pessoais de ambos fizeram parte da campanha. Ana Carolina lembrou da filha para prometer projetos voltados à proteção infantil. Isabela foi morta pelo pai e pela madrasta em 2008, quando tinha 5 anos, em crime que chocou o Brasil.

Desde o ano passado, quando ganhou destaque no documentário “Isabella: o caso Nardoni”, da Netflix, Ana Carolina passou a participar de diversas entrevistas em podcasts e programas de TV, acumulando 1,4 milhão de seguidores no Instagram. Filiada ao Podemos, fez uma campanha discreta, concentrada nas redes sociais, e saiu vitoriosa.

Ela também esteve sob a luz dos holofotes à medida em que os assassinos de sua filha progrediam no cumprimento de suas penas. Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá estão atualmente em regime aberto, o que gerou fortes protestos de Ana Carolina. “Se você pegou 30 anos, tem de ficar preso 30 anos, e não só metade”, criticou a então pré-candidata, quando Nardoni foi liberado, em maio passado.

Leniel Borel também ganhou notoriedade após a morte de seu único filho, Henry Borel, de 4 anos, em 2021. A ideia da candidatura, no entanto, só se consolidou depois que ele se tornou assistente de acusação no processo dos réus envolvidos no assassinato do menino.

De acordo com o Ministério Público, Henry foi assassinado no apartamento onde morava com sua mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Ambos aguardam julgamento. Segundo a perícia, o filho de Leniel morreu por hemorragia e laceração hepática causadas por ação contundente. O laudo indicou 23 lesões no corpo da criança.

Jairinho era vereador no Rio à época, mas teve o mandato cassado conforme as investigações avançavam. Eleito pelo PP, Leniel, agora, ocupará uma cadeira na mesma Câmara que antes abrigou o acusado pela morte do filho.

Com mais de 800 mil seguidores no Instagram, Leniel também prometeu, assim como Ana Carolina, combater a violência doméstica contra crianças. Durante a campanha, ele chegou a escrever uma carta aberta ao filho morto, na qual prometeu lutar por justiça “até o fim”. A três dias da eleição, a mãe de Isabela Nardoni também recorreu ao mesmo expediente.

Por outro lado, nem todos que resolveram se candidatar após passar por tragédias familiares obtiveram sucesso. Márcio Nakashima (PDT) concorreu à prefeitura de Guarulhos, mas ficou com o quinto lugar.

Márcio é irmão da advogada Mércia Nakashima, que tinha 28 anos quando foi assassinada por Mizael Bispo, em 2010. O corpo de Mércia foi encontrado submerso na represa de Nazaré Paulista, em avançado estado de decomposição, com um tiro no rosto. Segundo o Ministério Público, o ex-policial Mizael Bispo assassinou Mércia por ciúmes e vingança, pois não aceitava o término do relacionamento.

Desde então, Márcio se tornou político e chegou a ser eleito deputado estadual em São Paulo. Ao tentar um voo mais alto, porém, o candidato viu seus planos frustrados: ficou com apenas 6,55% dos votos.

Tags: Da tragédia familiar - Isabela Nardoni

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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