O Conselho Regional de Medicina denuncia a situação precária da maior maternidade pública do estado. Segundo o conselho, faltam médicos, equipamentos e sobram pacientes. Fotos feitas também por funcionários do local mostram consultórios destinados ao primeiro atendimento transformados em enfermarias. Ainda de acordo com a denuncia, não existem vagas no centro cirúrgico e nem médicos suficientes.
No ano passado uma médica relatou numa rede social que a situação levava a escola de qual paciente atender. O resultado é que 303 bebês morreram após o nascimento em 2015, quase um por dia.
A direção da entidade só não considera a possibilidade de pedir a interdição do local por falta de opções para os pacientes, mas estudam um meio de pedir ao judiciário que obrigue o governo do estado a destinar com urgências recursos para socorrer a maternidade. “Estamos estudando a possibilidade de entrarmos com uma ação pública que faça um bloqueio de contas para o governo destinar uma verba obrigatória e resolver essa situação”, afirmou Emanoel Fontes, presidente do CRM-PI.
Segundo o presidente do conselho, os equipamentos são insuficientes , o compartilhamentos tonam o índice de morte por infecção hospitalar o segundo maior do Brasil. “Utilizam material de sonda traquial em vários pacientes, ao invés de um só. Nós temos situações críticas que favorecem o risco de infecção”, disse Emanoel.
Ele falou ainda que faltam pediatras. “Existe uma unidade de cuidados para recém-nascidos e muitas vezes ficam sem médicos e pacientes que eram para estar em UTI, mas não existe vagas”, contou o presidente do conselho.
A assessoria de comunicação da Maternidade Dona Evangelina Rosa disse que o problema da superlotação é de conhecimento público, assim como os fatores que a provocam. Informou também que é importante esclarecer que a maternidade é destinada ao atendimento à alta complexidade, no entanto, muitos casos de gravidez de baixo risco são encaminhados para o local, o que influencia na lotação. Segundo eles, a construção de uma nova maternidade, será de extrema importância para solucionar o problema.