Emanuel Fortes, presidente do Conselho Regional
Fiscais do Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM) denunciaram à polícia um falso médico atuando como plantonista no hospital municipal de Porto, a 158 km de Teresina. O caso foi descoberto durante fiscalização finalizada no domingo (1º), em 20 unidades de saúde no Norte do Piauí.
Na operação, os fiscais verificaram se o profissional tinha cadastro de médico e descobriram que o registro utilizado por ele pertencia a outra pessoa. O Conselho ainda entrou em contato por telefone com o suspeito, que ao ser informado da fiscalização desligou a ligação.
Segundo o presidente do CRM-PI, Emmanuel Fontes, a administração do hospital não apresentou a ficha contratual do médico e nem soube explicar se conferiu a veracidade das informações do profissional. Diante da situação, os fiscais registraram um boletim de ocorrência sobre o fato e o Conselho enviou ofício para o departamento da Polícia Federal do Piauí e para o Ministério Público, para que eles investiguem o caso.
"O falso médico foi denunciado por exercício ilegal da profissão, que também se configura como o de falsidade ideológica, uma vez que o suspeito utilizou o registro de um outro médico devidamente registrado no CRM", falou.
Mais irregularidades
Ainda no hospital de Porto, a fiscalização identificou outras irregularidades como falta de escala de médicos e ausência de ambulância para transferência de pacientes. Outro problema constatado é a falta dos equipamentos de Reanimação Cardiopulmonar (RCP) nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades Mistas de Saúde (UMS) nas cidades de Cabeceiras, São João do Arraial, Matias Olímpio, Joca Marques, Madeiro, Morro do Chapéu, Caxingó, Caraúbas do Piauí e Brasileira.
Em Campo Largo do Piauí, a UBS encontrava-se fechada, sem nenhum funcionário trabalhando por volta das 16h30. Na cidade de Barras, o hospital foi recentemente reformado, mesmo assim as tomadas de energia estão fora dos padrões para os adaptadores e medicamento com prazo de validade vencido na urgência.
O presidente do CRM-PI, Emmanuel Fontes, avaliou que a maioria das UBS e UMS estão em bom estado de funcionamento, com estrutura física adequadas, com leitos de enfermaria e outros setores em bom estado de conservação e limpeza. Porém, uma falha em sua grande maioria foi a falta de equipamentos de urgência à disposição, como desfibrilador, cânulas e laringoscópio.
"Essas unidades de saúde precisam ter essa sequência completa de equipamentos de reanimação para que venham funcionar corretamente, isso não significa que necessitem das demais complexidades para salvar a vida de um paciente grave. Já os equipamentos de urgência são uma norma de prevenção e para garantir que se salve a vida de uma pessoa nos minutos iniciais até que a equipe médica acione uma ambulância para remoção do paciente fora de risco de morte para um hospital de referência da região”, explicou Emmanuel Fontes.