A presidente Cristina Kirchner disse que a recessão pela qual a Argentina passa não é isolada de outras nações e citou o baixo crescimento do Brasil como uma das razões pelas quais seu país teve dois trimestres seguidos de recuo econômico.
"O Brasil tem crescimento previsto de 1,3% em 2014 e é o nosso principal sócio comercial", afirmou em discurso, aludindo à projeção do FMI. Ela citou um desempenho ruim da indústria automotiva brasileira e disse que isso tem efeitos nas exportações argentinas de autopeças. saiba mais Após fim do prazo para acordo sobre dívida, Argentina entra em calote Negociação argentina termina sem acordo, default se aproxima Dilma defende Argentina e diz que especuladores não podem ameaçar estabilidade Justiça cancela pagamento feito pela Argentina a credores da dívida Governo argentino propõe troca de papéis para pagar dívida Leia mais sobre Argentina
Cristina afirmou que estava respondendo a críticos que dizem que o impasse da dívida e o calote técnico vão ter efeitos na economia do país.
Sobre esse tema, a presidente afirmou que seu colega americano, Barack Obama, poderia interceder pela Argentina, pois teria a prerrogativa de intervir em decisões de juízes americanos.
O juiz Thomas Griesa, de Nova York, congelou os pagamentos argentinos a parte dos credores enquanto o país não fechar acordo com todos que têm títulos de sua dívida.
Segundo Cristina, há um precedente do próprio fundo NML, que derrotou a Argentina na Justiça dos EUA: "Quando o mesmo fundo "abutre" quis embargar os fundos do Congo, um deputado republicano interveio".
RECURSO
Mais cedo, o governo argentino informou que o país havia entrado com uma ação na Corte Internacional de Justiça, em Haia, contra os EUA.
A professora de direito internacional da Universidade de Buenos Aires Sandra Negro explica que o ato é uma instância preliminar. Os EUA não aceitam a jurisdição da corte internacional, que não dispõe de meio coercitivos para aplicar suas decisões.
Nesta sexta (8), haverá audiência convocada pelo juiz Griesa, às 16h (hora de Brasília) em Nova York, para tratar das "recentes declarações" do governo argentino.