Dilma Rousseff fala a respeito da criação do Banco dos Brics
A presidente Dilma Rousseff avaliou, nesta quarta-feira (16), como “extremamente relevante” a criação de um banco do Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul). Em reunião de cúpula nesta terça, em Fortaleza, os cinco países formalizaram a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que terá como objetivo o financiamento de projetos de infraestrutura em países emergentes.
Imagem: Reprodução/NBRDilma Rousseff fala a respeito da criação do Banco dos Brics
Dilma deu a declaração após se reunir, nesta manhã, com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em Brasília. Nesta semana, o Brasil sedia encontro de cúpula do Brics. “Cinco países criam um banco, fazem um acordo contingente de reservas, um banco com capital, subscrito e bem significativo, com partes iguais para todos, com a governança compartilhada. Isso muda as condições de financiamento desses cinco países, que são os Brics, além de um acordo contingente de reservas de US$ 100 bilhões", afirmou presidente. Para ela, "é extremamente relevante para esses cinco países, extremamente. Muda as condições tanto de financiamento, quanto cria uma rede de proteção”.
O Brasil poderá indicar o primeiro presidente do Conselho de Administração do NBD, que será responsável por decidir sobre planos de investimentos e expansão. Já a Índia terá o direito de indicar o primeiro presidente e, a Rússia, o presidente do Conselho de Governadores, que terá função de supervisão. A China venceu a disputa para sediar a instituição, que ficará em Xangai. A África do Sul vai sediar o Centro Regional Africano do banco.
Dilma foi questionada por jornalistas sobre se o Brasil teve de ceder a presidência do banco, já que o país tinha um candidato para o posto. A presidente negou e disse que os nomes para a diretoria e o conselho serão indicados por todos os membros do Brics.
“O Brasil não cedeu. Eu acho fantástico, eu acho isso típico no Brasil. Se a gente tivesse ficado com a primeira vice-presidência, a imprensa estaria dizendo: "o Brasil perdeu a sede". (…) É absolutamente inadequado avaliar o resultado dessa cúpula assim. Cada país tem o seu papel e vai tendo nas outras esferas. Agora, a diretoria e o conselho vão ser integrados por pessoas indicadas pelos países Brics”, explicou a presidente.
FMI
Dilma Rousseff afirmou ainda que, mesmo com a criação do banco do Brics, “não tem o menor interesse de abrir mão" do FMI, o Fundo Monetário Internacional. Para a presidente, o banco do Brics não é “contra” o FMI, mas tem “uma postura completamente diferente” quanto aos países em desenvolvimento.
“Nós não temos o menor interesse de abrir mão do fundo monetário, temos interesse em democratizá-lo, torná-lo mais representativo. O novo banco dos Brics não é contra ele, é a favor de nós, é uma postura completamente diferente. E terá sempre uma postura diferenciada em relação aos países em desenvolvimento, temos interesse em democratizá-lo, torná-lo mais representativo”, afirmou.
Campanha eleitoral
Perguntada sobre quando ela começaria a campanha pela reeleição ao Palácio do Planalto, Dilma afirmou que ainda "tem que avaliar". Ela justificou, dizendo que a Copa do Mundo, em junho e julho, e agora a Cúpula dos Brics tomaram muito tempo.
"Eu sou obrigada a ter duas atividades. A minha atividade como presidente se sobrepõe à outra necessariamente. Eu tenho responsabilidades com o país. Então, eu estou representando o Brasil na cúpula dos Brics. E eu vou fazer campanha no momento em que eu possa fazer campanha", afirmou.