A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a má prestação de serviço da empresa Equatorial (CPI da Equatorial) da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) ouviu nesta quarta-feira (14) o presidente da União Municipal da Associação de Moradores e Conselhos Comunitários, Zé da Cruz, que denunciou mortes por choque elétricos, no interior do Piauí.
Segundo o depoente, ao solicitar um serviço da Equatorial, “a pessoa espera tanto tempo que vai querer fazer aquele serviço e acaba acontecendo o pior, leva choque de alta tensão e morre”.
O g1 entrou em contato e aguarda posicionamento da empresa acerca das denúncias.
“Qualquer pessoa pode ir em uma comunidade de Teresina, Parque Vitória, Angelim, Vila Irmã Dulce, você vê a dificuldade que tem, o desrespeito com que a Equatorial trata o povo", relatou.
Segundo o presidente da CPI, deputado estadual Evaldo Gomes (Solidariedade), a comissão planeja apresentar o relatório final até o início do mês de julho.
Outra denúncia feita pelo depoente foi para os casos de aparelhos danificados em razão de quedas de energia e cobranças abusivas.
“É impressionante como eles cobram. Vou trazer vários talões. Você tem talão de 1500 reais, você vai lá e fica por 300. O que eles dizem é que ocorreu um erro. Sem falar no preço que a Equatorial compra a energia e o preço que ela vende. Nem o tráfico ganha", completou.
Réveillon de 2021
A oitiva ouviu também o advogado Alessandro Magno que apresentou um relatório produzido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre a falta de energia em Teresina durante o Réveillon de 2021, quando a maioria dos consumidores ficaram por volta de 72 horas sem energia elétrica.
Segundo dados da Aneel, no evento, cerca de 91 mil unidades teresinenses ficaram sem energia. De acordo com relatório apresentado pelo advogado, no dia 31 de dezembro, houve um crescimento de 95% nas ocorrências de falta de energia, mas o aumento da equipe foi de apenas 26%.
Outros dados apresentados por Alessandro Magno foram as deficiências em oito das dez subestações e a demora da resolutividade dos problemas em 24 horas quando havia resolução da Aneel prevendo que a falta de energia poderia ser de no máximo até 4 horas.