O ex-coronel da Polícia Militar, José Viriato Correia Lima, volta a ser julgado nesta quinta-feira (24) no Fórum Criminal de Teresina, desta vez, pela morte do engenheiro José Ferreira Castelo Branco Filho, o Castelinho. A morte aconteceu em 1999, quando a vítima foi abordada durante uma caminhada e executada com um tiro na nuca.
Segundo a acusação, Correia Lima e a viúva do engenheiro Ana Zélila Correia Lima seriam os mandantes e autores intelectuais do homicídio, e o soldado Francisco Moreira do Nascimento, o executor. Os três vão a júri popular, presidido pelo juiz Fabrício Paulo Cysne de Novais, titular da 1ª Vara da Comarca de São Raimundo Nonato.
De acordo com o processo, a viúva descobriu que o marido mantinha relações extraconjugais e pediu a separação. Correia Lima então descobriu que a vítima possuía um seguro de vida, cuja beneficiária era a esposa, o que teria motivado o crime.
A mulher do engenheiro nega qualquer participação no assassinato e sua defesa alega falta de indícios suficientes para sua acusação.
Outros crimes
Em agosto, Correia Lima deveria ser julgado pela morte do policial militar cabo Honório Rodrigues, mas a sessão foi adiada diante da ausência do advogado de defesa. O corpo do PM foi encontrado em 1988 dentro de uma chácara em Teresina, com um tiro de escopeta na cabeça.
Já em maio, o ex-coronel seria julgado pela morte de Claudemir Antônio França, o Mauro Gaúcho, ocorrida em 11 de junho de 1998 na zona rural de Redenção do Gurgueia, localizado a 691 km ao sul de Teresina. O juiz da comarca suspendeu o julgamento de Correia Lima pelo não cumprimento da sentença do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mauro Gaúcho foi morto com um tiro de escopeta e teve o corpo carbonizado. Ele teria sido assassinado pelo desvio de carga roubada do grupo comandado pelo ex-coronel. Correia Lima ainda deve ser julgado pelo homicídio de seu tio Sinval Correia Braga, ocorrido no ano de 1996 em Jucás, no Ceará.
O ex-coronel Correia Lima está preso há 16 anos e é também acusado de envolvimento com o crime organizado no Piauí, além da utilização de notas fiscais frias e participação no assassinato de políticos, empresários e policiais militares.
23 anos de prisão
Em 2013, após um dia inteiro de julgamento na cidade de Parnaíba, Correia Lima foi condenado a 23 anos de prisão em regime fechado pela morte do policial civil Evandro Safanelli. De acordo com a acusação, a motivação era o envolvimento do PM com uma filha adolescente de Correia Lima.
O júri entendeu que o ex-coronel foi o mandante do crime ocorrido em 1989. A sentença foi pronunciada pela juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos, da 2ª Vara Criminal de Parnaíba.