O corpo da adolescente de 17 anos vítima do estupro coletivo em Castelo do Piauí está sendo velado nesta segunda-feira (8) na Igreja Nossa Senhora do Desterro. A garota não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu no início da noite do domingo (7) no Hospital de Urgência de Teresina.
Após deixar o Instituto Médico Legal (IML) em Teresina, o corpo da adolescente foi levado para a cidade de Castelo, onde chegou por volta das 6h30. Uma multidão acompanhou a chegada do caixão.
A garota e mais três amigas foram amarradas, agredidas, violentadas sexualmente e arremessadas do alto de um penhasco na cidade de Castelo do Piauí, a 190 km de Teresina. De acordo com o IML, os procedimentos foram rápidos e a liberação ocorreu cerca de duas horas após dar entrada no local.
O sepultamento está previsto para as 17h desta segunda-feira (8). De acordo com o diretor do Hospital de Urgência de Teresina, Gilberto Albuquerque, a adolescente passou 10 dias internada, cinco destes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu.
Segundo o diretor, a adolescente teve esmagamento da face do lado direito, lesões pelo pescoço e traumatismo torácico. Mesmo após procedimentos cirúrgicos, a equipe médica não conseguiu evitar as complicações em decorrência das hemorragias.
Entenda o caso
O crime bárbaro chocou a população da cidade de Castelo do Piauí, a 190 Km de Teresina. Quatro adolescentes foram brutalmente agredidas, estupradas e amarradas no dia 27 de maio.
De acordo com as polícias civil e militar, as garotas teriam saído para tirar fotos em um ponto turístico distante alguns quilômetros da zona urbana, quando foram rendidas por cinco pessoas. Logo após o crime a polícia apreendeu quatro menores, sendo que dois deles confessaram o crime e contaram, em depoimento, os detalhes sobre a ação criminosa.
No dia do crime, o clima de revolta tomou conta da cidade. Vários populares se aglomeraram na porta da delegacia e chegaram a atear fogo em pneus em protesto pela falta de segurança.
Suspeitos presos
Quatro adolescentes suspeitos de participação no crime foram detidos horas após a barbárie. O quinto suspeito, Adão José de Sousa, 40 anos, foi preso dois dias depois pela Polícia Militar quando tentava entrar na cidade de Campo Maior, a 90 km de Teresina.
Atualmente os quatro menores estão recolhidos no Centro de Internação Provisória de Teresina (CEIP). Eles responderão pelos atos infracionais equivalentes aos crimes de tentativa de feminicídio, associação criminosa e, caso comprovada, pela prática de estupro.
Segundo a polícia, os adolescente deverão pegar a pena máxima prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que é de três anos de internação. Já Adão José de Sousa está preso na Penitenciária Provisória de Altos. A previsão é que o julgamento dos menores aconteça ainda esta semana.