A greve dos caminhoneiros está deixando os estoques dos setores alimentícios e de combustíveis zerados em Teresina desde quarta-feira (23). De acordo com o presidente do Sindicato dos Transportes de Cargas e Logística, Humberto Lopes, cerca de 300 caminhões carregados estão parados nas rodovias, com alimentos, combustível e gás de cozinha.
Humberto Lopes revelou que as empresas prejudicadas pela falta de abastecimento dos produtos estão dispensando os funcionários devido à falta da demanda de serviços. Para ele, sem produtos, ninguém trabalha e consequentemente não terá vendas, acarretando prejuízos.
“Nós temos muitos carros com gás parados. Então, isso vem trazendo muitos problemas. Nossos depósitos estão completamente vazios desde quarta-feira. Não temos mercadoria pra entregar. Isso significa que, os funcionários não têm nada pra fazer e estamos liberando eles, porque sem vendas não há serviços, é gerado horas e ficamos no prejuízo”, disse Humberto Lopes.
Segundo o presidente da Associação de Mercadinhos, Milton Carvalho, os mercados estão com carência no setor de produtos perecíveis e que os preços aumentam com a escassez. Ele acredita que a situação deve continuar mesmo após o fim do movimento dos caminhoneiros.
“Os produtos perecíveis como hortifrútis e frios são considerados especiais e com a falta de abastecimento há uma especulação nos preços com o pouco que tem em estoque. Os representantes e fornecedores já estão trabalhando com novas tabelas de preço, colocando um reajuste equivalente ao frete e mesmo quando terminar a greve, até normalizar as entregas, esses fretes continuarão honerados”, acrescentou o presidente.
No Piauí, o movimento dos caminhoneiros chega ao quarto dia no Piauí com impacto em postos de combustíveis, abastecimento da Nova Ceasa, redução na frota do transporte público, voos cancelados e falta de gás de cozinha. No estado, protestos de caminhoneiros foram registrados em Teresina, em Demerval Lobão, Picos, Bom Jesus, Piripiri e Uruçuí.