A Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) divulgou nesta quinta-feira (26) o primeiro relatório de transparência de sua história, em que revela quantos alvos eram monitorados por seus programas de vigilância eletrônica e telefônica.
A iniciativa é destinada a acalmar os críticos da estratégia de vigilância dos EUA e ocorre em um momento em que o Congresso prepara uma reforma para o setor. Os números foram publicados pela agência em sua página no Tumblr.
Os relatórios de transparência são uma prática comum às empresas de tecnologia, como Google, Facebook, Microsoft e Yahoo!, que listam os pedidos de informação dos usuários de seus serviços feitos por governos de todo o mundo.
O informe da NSA indica que em 2013 a agência obteve menos de 2 mil aprovações da Corte de Vigilância de Inteligência Externa para atuar.
Segundo o relatório da agência, o tribunal secreto aprovou apenas um pedido para recorrer à Seção 702 da lei de vigilância estrangeira para inteligência, que permite coletar os dados sobre pessoas, grupos ou organizações não-americanos fora dos Estados Unidos. O pedido, porém, enumerava uma lista de 89.138 "alvos".
A NSA indicou que havia feito 178 solicitações de coleta de dados em grande escala por meio de uma disposição que permite à agência rastrear grandes quantidades de dados telefônicos. Com base nas informações coletadas com base nesse monitoramente, a NSA fez outros pedidos. No total, fez 423 solicitações específicas para reunir mais dados em 2013.
O relatório também indica que foram emitidas 19.212 "cartas de segurança nacional" ou citações administrativas que permitem ao FBI obter informações sem uma ordem judicial. Essas cartas continham 38.832 solicitações de informações.
A agência de inteligência começou a divulgar o relatório em virtude de uma ordem expressa do presidente dos EUA, Barack Obama, em junho de 2013. Isso ocorreu após o analista da CIA Edward Snowden ter revelado uma série de programas de espionagem cibernética da NSA.
A diretiva determinava que a agência "desclassificasse e tornasse pública a maior quantidade de informações possível acerca de alguns programas sensíveis de vigilância do governo americano, ao mesmo tempo em que protegesse as informações classificadas como sensíveis e as informações de segurança nacional". A NSA indicou que vai continuar procedendo dessa maneira todos os anos.