Com risco de novos desabamentos, o teto do casarão localizado na rua Areolino de Abreu, no Centro de Teresina, foi retirado neste domingo (19) pelo proprietário do imóvel. Parte do prédio antigo caiu no início de janeiro sobre dois carros e a via de acesso aos ônibus ficou interditada até a retirada dos escombros.
De acordo com a Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) Centro/Norte, a retirada do telhado está sendo acompanhada por técnico o órgão, conforme acordado em audiência no Ministério Público. Ainda conforme a SDU, o teto do imóvel foi apontado como causa da queda da estrutura durante a vistoria e o serviço agendado para este domingo, por conta da movimentação reduzida no Centro e para evitar riscos à população que transita pelo local.
Ao G1, a Coordenação de Patrimônio de Teresina, órgao ligado à prefeitura da capital, revelou ter feito uma vistoria no ano passado no casarão. Segundo a arquiteta da coordenação, Yasmin Cattah, o imóvel estava cadastrado na lei municipal de preservação ambiental, por isso tinha a faixada tombada como patrimônio histórico.
Para a arquiteta, o desabamento do casarão não poderia ser prevista pelo órgão, já que segundo a lei de preservação, cabe ao proprietário preservar, conservar e reformar o imóvel.
"Não tinha como previrmos o desabamento. Na vistoria do ano passado, nenhuma rachadura foi vista a olho nu e também não recebemos nenhuma denúncia. Verificar problemas estruturais não seria nossa competência", destacou Yasmin Cattah.
Riscos novos desabamentos
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI), Paulo Roberto, declarou que mais imóveis correm risco de cair caso providências urgentes não seja adotadas. De acordo com ele, existem vários prédios no Centro de Teresina em situação preocupante e que algo mais grave pode acontecer.
“Há seis anos que venho batendo nessa tecla. Mais imóveis irão cair, esse não foi o primeiros e não será o último. Vários imóveis podem aparentemente estarem bonitos, bem pintados, forros novos, mas quando se verifica a parte da madeira e das paredes, podem ser constatadas que a maiorias dos prédios e casas são feitas de adobo e o cupim está tomando de conta da madeira”, alertou.
Sobre a declaração, o comandante da Defesa Civil de Teresina, coronel Marcos David, solicitou que o presidente do Crea-PI envie ao órgão um documento com os prédios ameaçados de desabamento. Ele voltou a frisar que cabe ao proprietário a manutenção da estrutura do imóvel.
"A Defesa Civil age após o acontecido. Quando tomamos conhecimento do desabamento, acionamos o Bombeiro e perícia, SDU, fazemos a interdição do local e se preciso também do próprio imóvel. No caso do casarão que caiu, o dono tinha insenção do IPTU justamente para que ele possa manter este imóvel em perfeita condição", comentou Marcos David.
Ele lembrou que a Defesa Civil pode ser acionada quando o imóvel encontra-se em situação de risco, seja ele tombado ou não. O órgão faz um relatório, solicita a visita do Corpo de Bombeiros, que avalia o grau de risco. A partir disso, avalia se o prédio é interditado ou o proprietário obrigado a fazer as correções.
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