Com PIB mais baixo, trabalhado

Com PIB mais baixo, trabalhador que ganha m�nimo receber� menos.

Publicada em 12 de Janeiro de 2013 �s 21h16

�Com um crescimento menor do PIB previsto para os pr�ximos anos, a estimativa � que o sal�rio m�nimo, que serve de refer�ncia para cerca de de 45 milh�es de trabalhadores, tamb�m tenha reajustes mais baixos nos pr�ximos anos. Entre 2013 e 2015, o trabalhador deixar� de receber cerca de R$ 245, em compara��o com o que era previsto no final de 2011, de acordo com c�lculos feitos pelo G1.
Isso acontece porque, pelo formato escolhido pelo governo, o sal�rio m�nimo � reajustado com base na infla��o (calculada pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor, o INPC) e no crescimento da economia (o PIB) de dois anos antes. Como o crescimento do PIB de 2012 deve ficar bem abaixo do previsto daquele ano, o sal�rio m�nimo de 2014 ser� influenciado negativamente. Para 2013, o sal�rio m�nimo foi fixado em R$ 678.
A perda entre 2013 e 2015 pode chegar a R$ 245,31 para o trabalhador.
Veja, a seguir, os c�lculos feitos com base nas previs�es do mercado (as melhores dispon�veis) para o PIB e INPC de um ano atr�s, em dezembro de 2011, e as expectativas para os mesmos indicadores feitas em igual m�s de 2012.
Corre��o do sal�rio m�nimo ano a ano
No fim de dezembro de 2011, o mercado financeiro, por exemplo, previa uma taxa de crescimento de 2,87% para o PIB daquele ano (utilizado na corre��o do sal�rio m�nimo de 2013), al�m de um INPC de 5,39% para 2012. Somando os dois, a corre��o do m�nimo, em 2013, seria de 8,26%, o que levaria o valor dos R$ 622 de 2012 para R$ 673,37 em 2013.
Um ano depois, no fim de 2012, por�m, as contas mudaram. O PIB, antes estimado em 2,87% pelo mercado, acabou ficando em 2,73% em 2011 (de acordo com n�meros oficiais do IBGE). E o INPC deste ano, antes previsto em 5,41%, passou para 6,1%. Com isso, o sal�rio m�nimo de 2013 ficou um pouco maior: de R$ 678. Um ganho anual de R$ 60,19 (considerando o d�cimo terceiro sal�rio). O valor ser� mais alto, por�m, para compensar um crescimento maior da infla��o. O aumento real (acima do crescimento dos pre�os), portanto, ser� menor.
Para 2014, entretanto, o cen�rio muda. H� um ano, o mercado finaneiro previa que o sal�rio m�nimo avan�aria 8,1% em 2014, para R$ 727,91. Em dezembro deste ano, por conta do PIB mais baixo de 2012, j� se prev� uma corre��o menor: de 6,31%, para R$ 718,90. Uma "perda" mensal de R$ 9,01. Considerando novamente o d�cimo terceiro sal�rio, o trabalhador deixaria de receber, em 2014, R$ 117,13.
Em 2015, o mesmo acontece. Em dezembro de 2011 (levando em conta o cen�rio previsto para o PIB e INPC), a estimativa do mercado era de uma corre��o de 8,95% para o m�nimo em 2015, para R$ 793,05. Com as novas previs�es de crescimento e infla��o, feitas em dezembro �ltimo, a corre��o dever� ser de 8,3%, para R$ 778,56. Uma perda mensal de R$ 14,49 em 2015, ou de R$ 188,37 em todo ano, considerando o d�cimo terceiro sal�rio.
Ao todo, considerando o per�odo de 2013 a 2015, o trabalhador deixar� de receber R$ 245,31. Esses valores, por�m, s�o apenas estimativas. Dependem da confirma��o das previs�es, que mudam semanalmente. A tend�ncia atual das estimativas do mercado financeiro � de recuo do PIB nos pr�ximos anos, por conta da crise, mas de crescimento maior do INPC. Assim, o sal�rio m�nimo ainda continuaria crescendo, mas de forma menos intensa e para compensar, principalmente, o crescimento da infla��o – implicando uma menor alta real.
Estimativas do governo
O governo, geralmente, tem previs�es maiores para o PIB que o mercado financeiro – que nos �ltimos anos acabaram n�o se concretizando. No fim de 2011, por exemplo, o Minist�rio da Fazenda apostava em uma alta do PIB acima de 4,5% em 2012. Atualmente, n�o divulga previs�es oficiais, mas j� admite internamente que n�o dever� ficar muito acima de 1%.
Em setembro de 2011, na proposta de or�amento federal de 2012, o governo previa um reajuste do sal�rio m�nimo para R$ 676,18 em 2013. Em 2014 e 2015, respectivamente, o sal�rio m�nimo subiria para R$ 741,94 e R$ 817,97, respectivamente, de acordo com a estimativa feita h� pouco mais de um ano pelo governo federal. A expectativa do Minist�rio da Fazenda, respons�vel pelas previs�es sobre o PIB que constam no or�amento, era de que o PIB avan�asse 5% em 2012, e 5,5% ao ano entre 2013 e 2015.
A �ltima estimativa oficial do governo para o crescimento do sal�rio m�nimo ano a ano, at� 2015, foi divulgada em abril deste ano, na proposta da Lei de Diretrizes Or�ament�rias de 2013. Naquele momento, o governo previa um m�nimo de R$ 667,75 para este ano. Para 2014 e 2015, respectivamente, a estimativa do governo para o sal�rio m�nimo � de R$ 729,20 e de R$ 803,93. Uma nova estimativa do governo para o sal�rio m�nimo nos pr�ximos anos dever� ser divulgada somente em abril de 2013, na proposta de LDO de 2014.
Impacto da crise financeira
A explica��o para a corre��o menor do sal�rio m�nimo � que a crise, que foi "inaugurada" com o an�ncio de concordata do banco norte-americano Lehman Brothers, em setembro de 2008, tem derrubado para baixo as previs�es de crescimento da economia brasileira.
Em 2010, houve uma melhora, quando o Brasil chegou a apresentar uma forte taxa de expans�o do PIB, da ordem de 7,5%. Em 2011, por�m, a crise voltou a atingir os mercados, com dificuldades nas d�vidas da Gr�cia, It�lia, Espanha, e em bancos da regi�o. Em agosto do ano retrasado, os Estados Unidos perderam a classifica��o "AAA" pela Standard & Poors, aumentando mais a tens�o nos mercados. Desde ent�o, o cen�rio de baixo crescimento ainda permanece.
"Essa desacelera��o do PIB vai afetar um pouco o sal�rio minimo. O crescimento do sal�rio m�nimo foi bom, mas hoje tem uma regra hoje que foi aprovada de comum acordo com as centrais sindicais (PIB mais INPC). O sal�rio m�nimo vai continuar com crescimento real, mas o crescimento vai ser muito menor do que se esperava. O PIB de 2012 foi pequeno. O reajuste do m�nimo em 2014 [que usa o PIB de 2012 como par�metro] vai ser realmente baixo", confirmou o economista do IPEA, Mansueto Almeida.
Para ele, por�m, o sal�rio minimo ter uma corre��o menor "n�o vai ser muito problem�tico". "A preocupa��o maior � com o mercado de trabalho. Se o PIB n�o come�ar a reagir mais forte, as empresas podem come�ar a despedir trabalhadores e os sal�rios podem ter perdas reais [crescimento abaixo da infla��o]", declarou Almeida.

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Tags: Com PIB mais baixo, - Com um crescimento

Fonte: G1 �|� Publicado por: Da Reda��o

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