Imagem: Nem a animação tipicamente latina nem os gritos de guerra e músicas ensaiadas pela torcida colombiana ajudaram o time a vencer o Brasil. O grupo de quase cem pessoas estava reunido na sede diplomática do país em Brasília mas, durante os 90 minutos de jogo, pareciam estar dentro da Arena Castelão, em Fortaleza.
O jogador James Rodrígues foi o mais exaltado pelos colombianos. Porém, o resultado de 2 a 1 a favor da seleção canarinho transformou palmas e música em silêncio quase absoluto nos minutos seguintes ao fim da partida. “Mas não estou triste. A Colômbia fez um jogo muito bom, principalmente no segundo tempo. Mas o gol de David Luiz acabou com tudo”, lamentou o biólogo Jerson Cerne que foi um dos primeiros a deixar o local. saiba mais Brasil desembarca no Rio e chega à Granja Comary com Neymar de ambulância Imprensa internacional lamenta lesão que tirou Neymar da Copa Copa terá Argentina contra Bélgica e Holanda diante da zebra Costa Rica Alemanha bate França em clássico tático, vai à semi e aguarda o Brasil Mata-mata opõe alemães em queda à evolução francesa Leia mais sobre Copa 2014
Apesar da derrota, a constatação de que a seleção jogou bem parece ter aliviado a tristeza. “O Brasil jogou melhor e tem uma ótima defesa. É muito difícil entrar [na área], mesmo com a Colômbia jogando melhor no segundo tempo”, avaliou o economista Eduardo Cardenáz. Ele garantiu que, “sem remorso”, torcerá pelos brasileiros a partir de agora.
Durante todo o tempo, os colombianos vibraram e pareciam tentar fazer com que os jogadores da seleção ouvissem suas orientações e palavras de apoio. Quando, nos primeiros minutos do segundo tempo, a Colômbia marcou o primeiro gol, os torcedores pularam, gritaram e sorriram, batendo palmas, emocionados. A cena durou segundos. O lance foi anulado. O gol válido partiu do ídolo James Rodrígues e, ao mesmo tempo em que parece ter revigorado a seleção colombiana, também levantou a torcida na embaixada que voltou a gritar com força ensurdecedora e emocionada: “A si se puede! A si se puede!” (Assim é possível).
Mas o resultado não foi o que esperavam, e as mulheres pareciam estar menos conformadas com a derrota. A estudante, de 28 anos, Angélica Riascos, não tinha dúvidas: “Não foi um jogo justo. Estou bastante triste”. Marta Chopano, que assistiu a toda a partida em pé, limitou-se a abaixar a cabeça quando o juiz anunciou o fim do jogo. “Eu amo muito o Brasil e tenho muito a agradecer a este país, mas esse jogo não foi justo. O Brasil não jogou tão bem e eu acreditava na Colômbia. Não gosto de jogo assim.”
Os colombianos tiveram ainda um pequeno apoio na torcida. Alguns argentinos foram à Embaixada da Colômbia para torcer pelos vizinhos. A bancária Mariana Barrameda garante que a torcida não tinha qualquer relação com a rixa histórica entre Brasil e Argentina. “Cheguei de Buenos Aires no dia 13 de junho para torcer pelo meu país, mas hoje estou com a Colômbia porque meus amigos são colombianos. Nada contra o Brasil.”
A amiga, também argentina, não quis se identificar para “evitar problemas com os colegas brasileiros”. Ela mora e trabalha no Brasil e disse que os amigos daqui tentaram convencê-la a torcer pela seleção canarinho. Diferentemente da amiga, ela diz que muitos argentinos torceram pela Colômbia por reação aos “ataques de torcedores brasileiros à seleção argentina”.
Funcionário da Embaixada da Colômbia há mais de 25 anos, German Briceno preferiu ver tudo de longe. Isolado da torcida que se concentrou em um salão, Briceno garantiu: “não sofro muito. Brasil é Brasil. Por mais que a Colômbia tivesse jogado bem, o Brasil sempre se ergue e vence”, disse.