Com ataques à imprensa, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) disse nesta quarta-feira (25) que vai trabalhar como uma espécie de "guardião" da CPI do Cachoeira para evitar o vazamento de informações sigilosas da comissão.
Em discurso na tribuna do Senado, Collor disse que vai impedir que certos "meios" se prestem a "agir com simples dutos condutores de notícias falsas ou manipuladamente distorcidas".
Ex-presidente da República --renunciou ao cargo antes de sofrer um impeachment no Congresso--, Collor disse que parte da mídia usa de métodos "desonestos e repulsivos pra escamotear a realidade dos fatos e burlar a lei".
"Voltarei meus olhos às pressões licenciosas que tentarem exercer sobre aqueles que façam parte do corpo decisório ou que, de alguma forma, detenham poder e instrumentos de informação, inclusive sobre os servidores da Casa. Buscarei, ainda, com a cooperação dos meus pares, para que a agenda desta CPMI não seja pautada pelos meios e alguns de seus rabiscadores."
Collor disse que a prática "daninha" do vazamento de informações não pode ser admitida num país com livre acesso de informações e no governo que preza pela transparência. "Não é admissível aceitar que alguns confrades, sob o argumento muitas vezes falacioso do sigilo da fonte, se utilizem de informantes com os mais rasteiros métodos, visando ao furo de reportagem, mas, sobretudo, propiciar --esse é o objetivo-- a obtenção de lucros, lucros e mais lucros a si próprios, aos veículos que lhes dão guarida e aos respectivos chefes que os alugam."
O senador disse que aceitou ser indicado à CPI para executar o papel fiscalizador do Legislativo.