Piaui em Pauta

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A comemoração de aniversário do Club dos Diários será nesta segunda-feira (21),

Club dos Diários faz 89 anos e homenageia Nonato Oliveira

Publicada em 18 de Março de 2016 �s 10h20


  																		 (Foto:Luis Mota)					(Foto:Luis Mota)

Patrimônio Histórico Artístico do Piauí, o Club dos Diários completa 89 anos neste domingo, 20 de março. O Club ganhou sua sede própria, na rua Álvaro Mendes, Centro de Teresina, em 1927, e em janeiro deste ano passou por uma grande restauração, quando foi reaberto ao público. Para homenagear a data, a galeria de Arte do Club dos Diários ganha o nome de um dos maiores artistas plásticos piauienses: Nonato Oliveira. A comemoração de aniversário do Club dos Diários será nesta segunda-feira (21), a partir das 19 horas. Na ocasião, haverá descerramento da placa com o novo nome da Galeria de Arte, bem como a abertura da exposição com obras de Nonato Oliveira. “Depois da restauração, o Complexo Cultural passou a funcionar na sua plenitude, com todos os seus espaços. Realizamos um trabalho minucioso, de resgate das características originais do prédio. Agora, a galeria ganha o nome de um grande artista plástico piauiense. É uma homenagem muito justa e um presente para o Club e para todo o Estado”, diz o secretário estadual da Cultura, Fábio Novo. Nos traços de Nonato Oliveira, o cotidiano do nordestino é retratado. Painéis pintados pelo artista estão presentes em vários pontos da cidade. Além de Teresina e vários municípios do interior, há murais do artista em Fortaleza, São Luís, Belém, Goiânia, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Madri (Espanha) e Lisboa (Portugal). Em cada mural, o artista faz questão de inserir características peculiares do ambiente em que está situado: "Não gosto de fazer uma obra por encomenda dirigida, mas sempre faço um projeto que contemple aspectos do local em que estou construindo o mural, adotando novos assuntos, mas sempre mantendo o meu estilo", explica Nonato Oliveira. Além dos murais, o artista produziu várias esculturas e monumentos, muitos deles com temática religiosa. Entre os trabalhos menos convencionais que realizou, o artista destaca o da agência central dos Correios, em Teresina: "é uma obra muito interessante, um dos painéis é pintura sobre madeira e o outro é uma soldagem em ferro", e também um monumento em estilo surrealista às margens do rio Araguaia, no sul do Pará: "esta obra comprova que o povo pode e deve ter acesso até mesmo à arte mais complexa". SOBRE NONATO OLIVEIRA Nonato Oliveira nasceu em 11 de dezembro de 1949, no município de São Miguel do Tapuio (PI). Começou a pintar ainda criança, utilizando os restos de materiais deixados pelo pai, que era pedreiro. Esculpia com o que sobrava das massas e pintava com o restante de tinta. Usava urucum, tabatinga, nogueira e casca de angico para fabricar suas próprias cores. Com 12 anos de idade mudou-se com a família para a capital (Teresina). Poucos anos depois, teve que enfrentar uma cidade ainda maior: Paris. O jovem artista tinha feito uma série composta por 17 quadros sobre a Guerra dos Canudos, que um curioso viu em sua casa e levou para ser exposta na Maison de France, no Rio de Janeiro, o que acabou lhe valendo uma bolsa de estudos na capital francesa. Desde então, já realizou mais de oitenta exposições, individuais e coletivas, em diversos estados brasileiros, além da Europa e dos Estados Unidos. As cores vivas e fortes – usadas para expressar temas como a seca, a fome, a cultura popular, a religião, o folclore e o semblante nordestino – são as principais marcas da arte de Nonato Oliveira. Seu estilo pode ser caracterizado como uma mistura de primitivo com expressionista. Bumba-meu-boi, reisado, bandeiradas, pipas, violas, zabumbas, gente do povo, festas populares, cajus, cactos e mandacarus ganham vida por meio da ótica poética, simples e, ao mesmo tempo, magistral, do artista plástico, resultando em obras que são a cara do Nordeste.

Histórico do Club dos Diários A Sociedade Recretiva Club dos Diários foi fundada em 1922. No início, seus fundadores realizavam seus encontros e festas em residências particulares. Só em 1927, inauguraram a sede própria. Nos salões do antigo Club dos Diários, a sociedade teresinense se divertia e respirava cultura. No ano de 1925, o então governador Matias Olímpio de Melo doou o terreno para a construção da sede definitiva, declarando de utilidade pública a “Sociedade Anônima Club dos Diários”, por meio da Lei 1.119 de 26 de junho do mesmo ano. O prédio definitivo na rua Álvaro Mendes foi inaugurado no dia 20 de março de 1927. A partir daí, passou a funcionar dinamicamente, com vários bailes e conferências literárias. A partir dos anos 30, Teresina viveu uma brilhante fase cultural recebendo a visita de artistas e intelectuais. Nos anos 70, foi desativado por problemas na sua estrutura física, mas não perdeu a sua referência. Apenas o bar continuou funcionando e servindo de local de encontro para o bate-papo entre amigos, desta vez, sem distinção de classe social, pois todos passaram a frequentá-lo e torná-lo palco ideal para nostálgicos e boêmios. Tombado pelo Estado, por meio do Decreto 6.152, de 3 de janeiro de 1985, o Club dos Diários passa a integrar o Patrimônio Histórico Artístico do Estado do Piauí, conservando em toda a parte externa o seu estilo eclético com elementos neoclássicos predominantes no início do século. Internamente, o clube dispõe de espaço para exposição no salão principal, cineteatro com 130 lugares, sala para oficina de pintura e cerâmica e sala para um centro de documentação para a cultura. Hoje, o Club dos Diários, juntamente com o Theatro 4 de Setembro e a Praça Pedro II, compõem o coração cultural de Teresina sob a responsabilidade da Secretaria Estadual da Cultura.



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Fonte: Governo do Estado �|� Publicado por:
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