A dramática classificação da seleção no sábado (28), no Mineirão, expôs o desgaste emocional da equipe.
Antes e durante a vitória, nos pênaltis, contra o Chile, vários jogadores e integrantes da comissão técnica choraram em pleno gramado do estádio de Belo Horizonte. saiba mais Camarões investiga alegações de jogos arranjados na Copa Na arena das goleadas, Bélgica e EUA buscam lugar nas quartas Neymar também tem dor no joelho e será poupado de treinamentos Suárez pede desculpas a Chiellini, admite mordida e promete não repetir França acorda no fim da partida, derrota a Nigéria e vai às quartas4 Leia mais sobre Copa 2014
As imagens surpreenderam. Mesmo assim, o volante Fernandinho disse que o time não precisa realizar "um trabalho emocional" na reta final da Copa do Mundo.
Na sexta (4), a equipe de Luiz Felipe Scolari enfrentará a Colômbia, em Fortaleza, pelas quartas de final.
"Estamos nos preparando desde 26 de maio. Tivemos uma boa conversa com os psicólogos. Todo o mundo está bem preparado. Não é mais hora de trabalhar a parte emocional", disse o jogador do Manchester City, na volta aos treinos nesta segunda.
"O time é experiente e todo o mundo sabe o que tem que fazer. O que importa é mostrar dentro de campo."
Antes dos pênaltis, o goleiro Júlio César chorou compulsivamente no gramado. Depois pegou duas cobranças.
Já Thiago Silva, que também chorou no campo, recusou-se a participar da primeira rodada de cobranças por se sentir inseguro. Felipão e Neymar comemoram a vitória indo às lágrimas.
Em jogos anteriores, Neymar e Thiago Silva também choraram durante o hino.
Fernandinho tentou minimizar os episódios. "Não adianta dar ênfase para isso. Temos que pensar no jogo", afirmou o volante, que vai atuar mais recuado na partida no Castelão.
Ele vai substituir Luiz Gustavo, que cumpre suspensão por ter recebido o segundo cartão amarelo na Copa na última partida.
Fernandinho afirmou que os jogadores estão resolvendo no vestiário os problemas emocionais.
"A conversa foi muito boa. Todos são experientes e cascudos. Conversamos sobre isso no vestiário para mudar a situação dentro do campo", acrescentou o jogador.
O volante admitiu a pressão dos torcedores, mas contou que o time manteve a concentração no jogo de sábado.
"A gente sabe disso. Nós, como seres humanos, podemos sentir emoções, por mais que seja um momento crítico. Mesmo assim, mantivemos a concentração numa hora decisiva, na hora dos pênaltis. Talvez a pessoa que mais tenha se concentrado tenha sido o Júlio César. Antes das cobranças, ele transmitiu confiança aos jogadores", afirmou.
Protagonista de uma das maiores falhas de um goleiro brasileiro em Copas do Mundo, Waldir Peres disse que o choro dos jogadores durante o hino "é estranho".
"O emocional dos jogadores tem que estar normal. Sentir o hino é normal, mas partir para choro é estranho", disse o titular da seleção na Copa de 82. Ele falhou na abertura do Mundial.
Com experiência de quatro Mundiais na carreira, Emerson Leão não quis fazer comentários sobre o desgaste emocional da seleção.
"Tem certas coisas que só quem convive lá no dia a dia tem condição de falar. O psicológico não devia nem ser comentado, uma vez que 99% da seleção é de jogadores de repercussão internacional. Eles estão cansados de jogar decisões muito mais difíceis do que isso que está acontecendo", disse Leão.