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Cinco candidatos à Presidência

Cinco candidatos à Presidência e representante da chapa do PT apresentam propostas em fórum.

Publicada em 21 de Agosto de 2018 �s 10h01


Cinco candidatos à Presidência da República e uma representante da chapa encabeçada pelo PT participaram nesta segunda-feira (20) de fórum realizado em São Paulo que discutiu propostas para a área de infraestrutura e equipamentos.

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O fórum foi organizado pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). Cada candidato falou por cerca de uma hora. Eles tinham 15 minutos para uma apresentação inicial e, em seguida, a mediadora do evento fazia perguntas. Ao final do evento, os candidatos respondiam duas questões da plateia.

Foram sabatinados pelos empresários no evento, na ordem em que se apresentaram:

Marina Silva (Rede)
Manuela D'Ávila ( PCdoB), representante da chapa encabeçada pelo ex-presidente Lula
Guilherme Boulos (PSOL)
Geraldo Alckmin (PSDB)
Henrique Meirelles (MDB)
Ciro Gomes (PDT)
Veja os principais pontos da fala de cada candidato ao Palácio do Planalto:

Marina Silva (Rede)
Reforma da Previdência – A reforma da Previdência, na avaliação dela, é fundamental para resolver privilégios. Para Marina, "não se pode deixar as contas para os mais frágeis".

Lava Jato – A candidata da Rede disse acreditar que os trabalhos da Operação Lava Jato – que ela considera "uma das maiores contribuições desde a redemocratização" – irão influenciar nos votos dos eleitores por ter revelado a "verdade". "A grande preocupação é o que vamos fazer com essa verdade", ponderou. "Se antes a sociedade tinha uma dificuldade enorme com política, depois da Lava Jato esse distanciamento se aprofundou de forma muito maior", complementou.

Partidos – Para ela, todos os grandes partidos deram uma grande contribuição para o país, mas se "se perderam em projetos de poder". "O PMDB foi o guarda-chuva da democracia. O PSDB com o Plano Real. [...] Nosso objetivo é unir o Brasil. Não tenho preconceito com legado do PT e com o bom legado do PSDB."

PPPs – Marina defendeu a realização de parcerias do poder público com a iniciativa privada. "Tenho uma visão de estado que tenta sair da armadilha do estado provedor. [...] Nenhum país é competitivo sem uma indústria competitiva", declarou. A ex-ministra disse ainda que é preciso blindar as "interferências políticas" sobre as agências reguladoras.

Manuela D'Ávila (PCdoB)
Investimentos públicos – A representante da chapa de Lula afirmou que é preciso recompor a capacidade de investimento do estado e defendeu um eventual fundo de financiamento de infraestrutura. "Nós calculamos que com aproximadamente 10% do que são as reservas internacionais, junto com recursos privados do BNDES, podemos chegar a R$ 100 bilhões imediatamente para investimentos em infraestrutura", sugeriu.

Reforma de estado – Manuela defendeu uma "reforma de estado", com a criação de estruturas que combatam a corrupção na sua origem "e não sejam obstáculos para investimentos". Segundo ela, ao se combater a corrupção no país, os investimentos no Brasil acabaram paralisados. A representante de Lula também disse que iniciativas como os Programas de Parceria de Investimentos (PPIs) são "o espírito" da reforma de estado defendida pela coligação do PT.

Saneamento – A candidata criticou as políticas de ajuste fiscal que, na visão dela, podem afetar os investimentos em saneamento. "Os municípios que conseguiram investimentos vultosos nisso tem parceria com recursos internacionais", observou.

Vice – Diferentemente do que afirmou no começou da campanha, quando afirmou que seria vice na chapa do PT "em qualquer circunstância", com Lula ou Haddad como cabeça de chapa, desta vez Manuela se limitou a dizer que é "provável" que ocupe a vaga de vice na coligação do PT. "O dia que a candidatura de Lula for deferida, a probabilidade é que me torne vice nessa chapa", destacou.

Guilherme Boulos (PSOL)
Ajuste fiscal – Boulos afirmou no evento que a questão fiscal é um ponto que preocupa a todos no país, mas, na avaliação dele, não se resolve isso com "ajuste fiscal". A solução para solucionar a crise fiscal, na opinião do candidato do PSOL, é investimento econômico". "Se o país cresce, arrecada-se mais", ponderou. De acordo com Boulos, o governo Michel Temer representa o "fracasso" deste tipo de política fiscal.

Desonerações – O presidenciável disse que, para ele, a política de desonerações precisa ser reavaliada no país. "Não dá para o Brasil seguir sendo o país dos bancos. Os bancos chegam aqui e fazem o que querem", enfatizou.


Industrialização – Guilherme Boulos defendeu a implantação de uma política industrial "ousada". "O Brasil não tem vocação para ser fazenda da China, exportando soja e minério", disse o presidenciável. "Vamos ter investimentos pesados em ciência, tecnologia e inovação", acrescentou.

Geraldo Alckmin (PSDB)
Ajuste fiscal – Alckmin defendeu uma política de ajuste fiscal. "Com uma boa política fiscal, você recupera a capacidade de investimento", afirmou. Ele citou privatizações, concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs) como meios para ajustar as contas públicas. O candidato do PSDB também ponderou que quem ganhar a eleição presidencial encontrará um país fragmentado e alto déficit primário. "A primeira medida vai ser zerar esse deficit em até dois anos."

Coligações – Alckmin foi indagado sobre a ação apresentada no TSE pelo candidato do MDB, Henrique Meirelles, que pede que a candidatura do tucano seja rejeitada. No pedido, a coligação de Meirelles argumenta que as atas de seis partidos que compõem a coligação de Alckmin (PTB, PP, PR, DEM, PRB e SD) estão irregulares porque não exibem expressa concordância com a participação de todos os partidos na aliança eleitoral. O candidato do PSDB disse que "não faz sentido" um partido que não é da coligação questionar a candidatura.

Reforma tributária – Alckmin disse que para retomar o crescimento preparou uma "agenda de competitividade" que passa pela reforma e simplificação tributária. "ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI em um só imposto", sugeriu Alckmin. "Isso é importante para a indústria, reduzir o imposto para as empresas reinvestirem no país", complementou.

Saneamento – Alckmin disse que pretende fazer um grande investimento na área de saneamento básico. "Por que você tem investimento em extração de petróleo e não tem investimento em saneamento? Porque não tem um bom marco regulatório e segurança jurídica. O saneamento é um setor que gera emprego e vai ajudar na saúde pública", defendeu. Alckmin afirmou ainda que, em seu eventual governo, todo recurso arrecadado com a cobrança de Cofins e Pasep será investido em saneamento.

Henrique Meirelles (MDB)
Obras paralisadas – No evento, o ex-ministro da Fazenda afirmou que, se eleito, pretende aumentar a oferta de infraestrutura e também fazer investimentos no setor. Meirelles disse ainda que concluirá obras paralisadas, o que, segundo ele, ajudará na geração de empregos. “Há no país 7,4 mil obras paralisadas ou quase prontas. É necessário R$ 77 bilhões para concluir essas obras. Acho que é viável, temos condições e será feito”, prometeu.

Concessões e privatizações – Meirelles disse que quer simplificar o processo de concessões para possibilitar “descontração de investimentos”; dar autonomia decisória e qualificação técnica a agências reguladoras; e acelerar o processo de privatização de estatais. “Temos que ter segurança no investimento, regras estáveis. Não podemos ter insegurança jurídica. E existe a possibilidade de privatizarmos uma grande parcela dos investimentos”, advertiu. Na avaliação de Meirelles, o país tem um “grande” número de investimentos feitos por estatais dependentes do Tesouro Nacional. “Estatais que, além de serem ineficientes, são deficitárias”, reclamou.


Reformas – O emedebista afirmou que o Brasil precisa enfrentar a questão da Previdência Social com uma reforma justa. “Hoje, [a Previdência] é um processo de transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos. Privilegia altos salários e penaliza os baixos salários.”. Meirelles defendeu propostas do governo Temer que foram aprovadas enquanto ele estava à frente do Ministério da Fazenda, como a reforma trabalhista e a PEC que limita os gastos públicos.

Saneamento básico – Meirelles disse que, das 100 maiores cidades brasileiras, apenas duas têm tratamento de esgoto para 100% da população. “Temos que fazer investimentos fortes em infraestrutura e saneamento porque é a base da saúde a longo prazo”, disse.

Indústria – O emedebista declarou que é preciso "estabilidade" para a indústria crescer no Brasil. “Ninguém vai fazer investimento com imprevisibilidade”, destacou. Ele também defendeu a redução da burocracia para aumentar a produtividade das empresas. “Temos que garantir que os processos sejam eficazes”, disse Meirelles.

Ciro Gomes (PDT)
Industrialização – Ciro Gomes defendeu investimentos na indústria nacional e lembrou que a participação desse segmento no Produto Interno Bruto (PIB) caiu nas últimas três décadas em comparação com a fatia que esse setor representa em outros países, como a China. Segundo o pedetista, a indústria no Brasil hoje representa menos de um décimo do PIB industrial chinês. “Vamos ser exportador de soja, de milho? Isso não paga a conta de celular, computador, diagnóstico médico”, declarou.


Teto de gastos – O ex-governador do Ceará disse que, se eleito, vai propor a revogação da emenda constitucional que limitou os gastos públicos por duas décadas. “Precisamos revogar isso porque, se não revogarmos, tudo [proposto] no debate de hoje é mentira grosseira”. “51,6% da arrecadação vai para juro e rolagem de dívida [...], 29%, para Previdência [...]. Sobra 20% para tudo o mais: educação, saúde, infraestrutura. Em cima desses 20%, essa gente estabeleceu uma coisa, uma emenda que proíbe a expansão de investimentos por 20 anos. É de uma perversão.”

Tributação – Ele afirmou que, se for eleito, fará uma “equação fiscal nova”, com tributação de lucros e dividendos, aumento da alíquota de imposto sobre heranças e revisão de incentivos fiscais. “O Brasil tem hoje R$ 354 bilhões de renúncias fiscais, parte delas feita pela dona Dilma Rousseff, nossa presidenta, sem consultar nenhum objetivo estratégico”, criticou. “Essas providências viram o jogo”, acrescentou.

Reservas cambiais – O candidato do PDT disse que, se vencer a eleição presidencial, poderá vir a utilizar frações de reservas cambiais para injetar na economia. “Podemos usar para ajudar a alavancar as coisas. Não pode ser grande [a fração] porque tem efeito inflacionário, mas algo ao redor de R$ 100 bilhões, cerca de US$ 30 bilhões. Isso não tem efeito inflacionário nenhum e pode ser o [fator] que precisamos para virar o jogo já no primeiro momento.”

Obras paralisadas – Ciro afirmou que é possível retomar dois terços das obras paralisadas no país com medidas simples. “O foco é em obras paradas. Tem 7,6 mil obras paradas, dá para a gente ativar dois terços delas com conversa com juiz, conversa com promotor, normativas de menor hierarquia, assumir a proteção do servidor público que tá com dificuldade de assinar as coisas, mudar normas. Estive no BNDES, eles têm R$ 150 bilhões para financiar concessões. Já estou fazendo conta com esse dinheiro.”

Reforma da Previdência – O pedetista disse que pretende fazer mudanças nas regras de aposentadoria, mas sem "qualquer retroatividade”. “A Constituição diz que é irretroativa a norma que ferir direito adquirido. Estou propondo um teto alternativo, que unifique as previdências todas, pública e privada”, ressaltou
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Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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