O Centro de Controle de Zoonoses de Teresina está investigando um caso suspeito de raiva canina. De acordo com o diretor Paulo Marques, o primeiro teste feito no animal deu positivo e aguarda o resultado de mais dois exames para confirmar a doença.
Ao g1, o diretor do Centro de Zoonoses contou que o cachorro foi sacrificado porque estava bastante debilitado e para a realização da coleta do material no crânio do animal, que será enviado para São Paulo. Um terceiro teste foi feito em Teresina e o resultado sai em 21 dias.
"Precisamos dos três testes positivos para confirmar a doença. Mesmo sem o resultado definitivo, começamos o bloqueio da área no raio de 5 km, com a investigação dos animais de rua e domésticos da região onde o cachorro morava. Vamos acompanhar o comportamento deles durante 10 dias", informou.
Segundo Paulo Marques, o cachorro com suspeita de raiva morava na rua e era alimentado por uma moradora no bairro Aroeiras, Zona Leste de Teresina. Ela foi mordida pelo animal, que apresentou comportamento agressivo.
Conforme o Centro de Zoonoses, a mulher está em tratamento e cuidado dos médicos do Hospital da Primavera, que é referência nesses casos.
Vacinação antirrábica
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina ainda não iniciou a campanha de vacinação antirrábica por falta de insumos. Inicialmente o motivo, segundo o órgão, seria a falta de seringas para aplicação das doses.
Paulo Marques explicou que o Centro de Zoonoses recebeu 200 mil doses e a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) comunicou esta semana a disponibilidade das seringas. No entanto, faltam os materiais da campanha para iniciar a vacinação.
"Faltam isopor, quentinhas para os profissionais, camisas e banner. Quando receber esse material, vamos anunciar o dia da campanha", disse.
Perigos da raiva
A raiva é uma doença onde o sistema nervoso central fica comprometido e pode levar à morte em poucos dias, se a doença não for devidamente tratada. Na maioria das vezes os animais domésticos são o meio transmissor do vírus para o homem, no entanto, o hábito de tentar domesticar animais silvestres pode ser fatal se o mesmo estiver contaminado.
O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Piauí, médico veterinário Anísio Ferreira, alerta que a doença raiva canina já está circulando pelo Piauí há pelo menos dois anos.
“É preciso abordar a necessidade do serviço de vigilância. A campanha em Teresina não ocorreu por falta de seringas. O órgão seja estadual ou municipal tem a obrigação de proteger a sociedade contra a raiva. Há mais de três anos, acompanhamos mais de 169 municípios que deixaram de fazer a campanha por falta de vacina. A Prefeitura de Teresina nunca tinha deixado de vacinar. O Conselho está acompanhando os casos. É preciso bloquear o ciclo silvestre com a vacinação de cães e gatos”, destacou.