Publicada em 04 de Maio de 2015 �s 12h34
“Quando eu chegava no Ceir, eu chorava. São muitas as histórias comoventes e emocionantes que encontramos no Centro. Cada um se envolve com a história do outro. Como uma família”. O depoimento é de Karla Araújo, mãe da pequena Cinthia Araújo, de 1 ano de idade.
Karla mora em Alto Longá e vai ao Ceir quatro vezes por semana. Sua filha possui paralisia cerebral e faz tratamento no Centro há quatro meses. “Talvez, se não víssemos um quadro evolutivo na Cinthia, não enfrentaríamos essa rotina semanalmente. Além disso, o carinho que recebemos de todos pelos corredores do Ceir é uma grande motivação para mim e, principalmente, para ela”, comenta emocionada a mãe.
Inaugurado no dia 5 de maio de 2008 pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo governador do Piauí, Wellington Dias, o Centro Integrado de Reabilitação completa 7 anos de fundação nesta terça-feira (5).
Construído nos moldes da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), de São Paulo (SP), e do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), de Goiânia (GO), o Ceir foi criado para ser referência na prestação dos serviços de atenção à saúde, especialmente voltados para a habilitação, reabilitação e readaptação das pessoas com deficiência do Estado.
Hoje, 7 anos depois, o Centro é referência não apenas no atendimento especializado de alta complexidade a pessoas com deficiência de todo o Piauí, mas, também, por apostar em atendimento personalizado.
De acordo com o superintendente multiprofissional do Ceir, Aderson Luz, cada paciente possui uma equipe multidisciplinar trabalhando para a mais rápida reabilitação dele. Além disso, a reinserção social é uma das maiores preocupações do Ceir. “Mais do que reabilitamos, preparamos os nossos pacientes para a vida”, destaca.
“O Ceir existe porque acredita na reabilitação e na superação da pessoa com deficiência, bem como em suas potencialidades e, por isso, trabalha para reintegrá-la na sociedade, no mercado de trabalho e na sua família. Antes de enxergar o paciente, o Ceir enxerga a pessoa. E isso faz toda a diferença no tratamento que oferece”, completa Aderson.
Habilitação, reabilitação e readaptação
Fruto de uma Parceria Público-Privada (PPP) na área de gestão de serviços, o Ceir é administrado pela organização social sem fins lucrativos, Associação Reabilitar. O modelo de gestão é considerado um sucesso, tanto pela qualidade do serviço prestado quanto pela aposta no atendimento multidisciplinar e personalizado.
“Recentemente, tivemos o caso de uma pessoa do Mato Grosso que se dispôs a vir morar no Piauí, transferindo seu título de eleitor, para, assim, poder realizar tratamento no Ceir. É muito gratificante ver histórias como essa. Significa que as pessoas reconhecem a qualidade do nosso trabalho”, afirma o atendente do SAME, Serviço de Arquivo Médico e Estatística do Ceir, Denilson Maximus.
Envolvendo um atendimento multidisciplinar, o tratamento de reabilitação ofertado pelo Centro Integrado de Reabilitação é prestado por uma equipe formada por médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, otorrinolaringologistas, educadores físicos, musicoterapeutas, assistentes sociais, nutricionistas, enfermeiros e dentistas, entre outros profissionais.
Além disso, o Ceir oferece atendimento ambulatorial; possui grupos de atendimentos, a exemplo do grupo de bebês; e cursos para pacientes amputados, com lesão medular ou lesão encefálica e para pais de pessoas com paralisia cerebral.
A instituição possui, ainda, um Centro de Diagnóstico com equipamentos de última geração e profissionais especializados, que garantem mais conforto e segurança na realização de exames; e a Oficina Ortopédica, onde produtos essenciais no processo de reabilitação dos pacientes são confeccionados sob prescrição médica.
Desde os 3 anos de idade, Débora Oliveira, que hoje tem 6 anos, é acompanhada por uma equipe de profissionais do Ceir. “O atendimento é, sem dúvida, excelente. Aliás, mais do que isso, ele é essencial ao tratamento da minha filha”, afirma a mãe de Débora, Andréia dos Santos.
Ampliação dos atendimentos
Habilitado pelo Ministério da Saúde como Centro Especializado em Reabilitação (CER) III, o Ceir, que, inicialmente, ofertava atendimentos para a reabilitação física, passa a ter a habilitação para atender pessoas com deficiências auditivas em todos os graus - leve, moderado, severo e profundo - e pessoas com deficiências intelectuais, como Transtorno do Espectro Autismo (TEA) e Síndrome de Down.