A primeira vez é sempre mais difícil. A estudante Catarina Migliolini, de 21 anos, sabe bem do que estou falando. Ela é aquela mesma moça que no ano passado tentou vender a virgindade pela internet. Ia participar do documentário "Virgins Wanted". Queria R$ 1,5 milhão. Não deu certo. Agora, ela anuncia um novo leilão por sua conta e risco. Está se oferecendo no site "Virgins Wanted 2". É uma empreitada para poucos. O lance mínimo é de US$ 100 mil. Até ontem à noite, tinha recebido duas ofertas. De americanos; o que é compreensível. A mais alta era de US$ 120 mil. Bem modesta quando comparada ao que pretendia ganhar inicialmente, mas ainda assim é um bom dinheiro. Principalmente, se levarmos em conta o esforço exigido. Se você ficou interessado e tem bala na agulha, não precisa se apressar. O leilão só termina no dia 9 de dezembro.
Cada um faz o que quiser com o seu dinheiro, mas eu queria saber o que leva esses caras a pagarem tanto pela virgindade de Catarina. O puritanismo sobrevive com força em solo americano, mas deve ter algum hímem para ser rompido em condições mais aceitáveis por lá. Só pode ser, novamente, a malícia da mulher brasileira se impondo. As gringas insossas nunca foram páreo para a nossa gente bronzeada. Sabem todos aqueles turistas de boa índole que costumam frequentar algumas praias do Nordeste brasileiro.
Quando virou notícia no ano passado, Catarina provocou debates acalorados sobre mercantilização do corpo, valores perdidos, iniciação sexual... Um estardalhaço tremendo. E, durante algum tempo, foi a Lolita preferida dos sonhos dos Nabokovs de meia tijela. Chegou a posar para a Playboy. A revista, talvez, não tenha rendido muito dinheiro ou, talvez, Catarina seja uma garota ambiciosa demais.
Essa virgindade de segunda vai causar menos barulho. Cansou. E é bom que seja assim porque não tem nada mais retrógrado do que ficarmos discutindo, em pleno 2013, a virgindade de alguém. Ainda mais de uma jovem de 21 anos. Há algum tempo, o assunto deixou de ser um tabu e o que os jovens preferem se preocupar hoje é com a escolha da pessoa certa, não com a época certa. Como diz uma velha piada, virgindade é algo que dá e passa.
Catarina participou de inúmeros programas no ano passado. Lembro de uma deles e lembro também do perigo a que foi submetida. O ator pornô Kid Bengala, cujo apelido dispensa maiores referências, chegou a fazer um lance pela virgindade dela. Para sorte de Catarina, era apenas uma brincadeira inofensiva.
Enfim, ei-la, novamente, vendendo a virgindade. Por mais que eu olhe para suas fotos e vídeos não consigo ver um mísero motivo para gastar toda essa bufunfa. O sujeito precisa ser muito atrofiado moralmente. Nunca entendi esse fascínio que a virgindade de uma mulher desperta em alguns homens. O importante não é ser o primeiro. O importante é ser o melhor. Foi uma das primeiras coisas que aprendi de uma mulher.
Catarina faz da sua virgindade um produto. E neste mercado, como em outros, o que vale é a lei da oferta e da procura. Assim, como tem menina que paga mais de R$ 1 mil para a pantomina de Justin Bieber, é provável que tenha algum homem que queira pagar uma fortuna pelo privilégio da primeira noite com a catarinense.
Não tenho a mínima ideia de quanto vai custar. Só espero que cheguem no preço de Catarina e não tenhamos um terceiro leilão.